“Isso aqui é um exemplo, estou plantando comida e não plantando violência”, afirmou o presidente brasileiro, em uma tentativa de transmitir uma mensagem de bondade em meio a um cenário complicado. Ele expressou o desejo de que um dia Trump possa visitar o Brasil, a fim de discutir aspectos importantes da realidade brasileira. “Por isso, presidente Trump, eu queria aproveitar este sábado plantando uva vitória aqui no Palácio da Alvorada, um lugar que, espero um dia, possa visitar, e a gente conversar para que você conheça o Brasil verdadeiro”, completou Lula no vídeo, que foi capturado pela primeira-dama, Janja da Silva.
Esse apelo vem em um momento em que o Brasil enfrenta um “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos, com taxas de importação que chegam a 50% em produtos brasileiros, incluindo café e frutas. Essa medida tem impactado significativamente o setor agrícola e alimentício do país e gerado ansiedade nas relações diplomáticas. Durante seu vídeo, Lula comentou que a tributação não comprometerá as uvas, pois, segundo ele, elas podem ser direcionadas à merenda escolar, ressaltando a resiliência do país.
Lula também aproveitou a oportunidade para convidar Trump a reconhecer a diversidade e a cordialidade do povo brasileiro, que valoriza relações com todas as nações, mesmo aquelas que têm conflitos entre si, como os EUA, Rússia, China e Venezuela. Desde que as tarifas foram implementadas, a diplomacia brasileira tem buscado contatos com o governo dos EUA, mas sem sucesso até o momento em dialogar com interlocutores que tenham a autoridade necessária para negociar.
Enquanto alguns políticos e setores da economia sugerem que Lula entre em contato direto com Trump, representantes brasileiros ressaltam que não existe certeza de que tal ação seria recebida positivamente, o que complicaria ainda mais as relações entre os dois países. A situação coloca o governo atual sob pressão para encontrar uma solução que possa reverter essa crescente tensão comercial.