O presidente brasileiro destacou que a atual conjuntura climática demanda uma mobilização robusta em duas frentes: a aceleração das ações de combate às mudanças climáticas e a adaptação aos novos desafios climáticos. Ele sublinhou o papel central do G20 em desenhar um caminho que minimize os impactos do aquecimento global, apontando a urgência da discussão em um contexto de crises ambientais cada vez mais frequentes.
Além disso, Lula se referiu às negociações em andamento para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que ocorre no Brasil, e mencionou a insatisfação de representantes da sociedade civil com relação à falta de ambição nas metas climáticas, que visam limitar o aquecimento a 1,5°C. Um dos principais pontos de crítica foi a ausência de um cronograma para a eliminação gradual de combustíveis fósseis, que são os responsáveis por uma significativa parcela das emissões de gases do efeito estufa.
O presidente afirmou que a luta contra as mudanças climáticas não se limita à esfera ambiental, mas representa um desafio estratégico de planejamento econômico. Ao fazer isso, ele destacou a importância de investimentos em prevenção e gestão de desastres, reforçando que a construção de sistemas resilientes não deve ser vista como um custo, mas sim como um investimento que traz retornos significativos em termos de segurança e estabilidade.
Lula também manifestou que construir uma economia resiliente deve incluir o combate à fome e à pobreza. Em suas declarações, fez questão de afirmar que as populações mais vulneráveis frequentemente são as que menos contribuíram para a crise climática. Com este ponto de vista, ele lançou a Declaração de Belém, que estabelece compromissos para fortalecer a proteção social e oferecer soluções sustentáveis para comunidades dependentes das florestas.
No início do dia, Lula havia discutido temas de crescimento econômico sustentável e a necessidade de uma taxação mais justa sobre os super-ricos. Ele sugeriu a troca de dívidas dos países em desenvolvimento por investimentos em desenvolvimento sustentável. O presidente também criticou o atual cenário de protecionismo e defendeu um retorno ao multilateralismo como uma solução mais eficaz para as questões globais.
Após sua participação na cúpula, Lula se reuniu com o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, destacando a importância da colaboração entre os dois países e suas economias. Ele continuará sua agenda em Joanesburgo, bem como uma visita a Moçambique, onde celebrará os 50 anos de relações diplomáticas entre os dois países.









