Durante seu discurso, Lula enfatizou que a indústria de defesa é estratégica para qualquer país, assumindo ainda maior relevância no Brasil por sua capacidade de gerar inovações e incentivar a pesquisa. “A indústria de defesa gera desenvolvimento em outras cadeias produtivas e controla um segmento estratégico do ponto de vista geopolítico”, observou o presidente.
A construção das fragatas da Classe Tamandaré iniciou-se em setembro de 2022 no Thyssenkrupp Estaleiro Brasil Sul, também localizado em Itajaí. O programa, que envolve significante participação da indústria nacional, é resultado de uma parceria entre a Marinha do Brasil e o consórcio Águas Azuis, composto pela empresa alemã Thyssenkrupp Marine Systems, Embraer e Atech. O projeto, gerenciado pela Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron), promete a geração de oito mil empregos diretos e indiretos e incentiva a transferência de tecnologia.
Além de fortalecer o poder naval brasileiro, o projeto tem implicações econômicas substanciais, incluindo um aumento na arrecadação fiscal nos três níveis de governo. Lula ressaltou a importância do investimento estatal em defesa e tecnologia para garantir a soberania sobre as riquezas naturais do país, como o pré-sal, e a capacidade de liderança em grandes projetos que colocam o Brasil em posição competitiva no cenário global.
As fragatas se destinam a substituir navios com mais de 40 anos de operação, garantindo a proteção das águas jurisdicionais brasileiras. Além de servir à Marinha, as indústrias envolvidas veem no projeto uma oportunidade para abrir portas para a construção de embarcações destinadas a outros países.
O futuro das fragatas da Classe Tamandaré está bem definido. A primeira embarcação, batizada como Tamandaré, será incorporada à Marinha em 2025. Seguirão a Jerônimo Albuquerque em 2026, a Cunha Moreira em 2027 e a Mariz e Barros em 2028.
O ministro da Defesa, José Mucio, destacou que nos primeiros sete meses de 2024 as exportações autorizadas alcançaram R$ 8,4 bilhões, superando o total do ano anterior e tornando-se o segundo melhor resultado desde 2001, quando a série histórica iniciou. Mucio vislumbra o potencial de vendas internacionais das fragatas da Classe Tamandaré, contribuindo assim para a balança comercial do país.
Este evento representa um passo significativo para a Marinha do Brasil e a indústria nacional de defesa, refletindo um compromisso contínuo com a soberania e a competitividade do país em um setor estratégico.