Durante a reunião, Lula sublinhou a necessidade de focar na execução e implementação dos projetos já anunciados e deixou claro que não deseja mais receber novas propostas ou programas. “A orientação é que chegou a hora da colheita e de implementar tudo aquilo que foi anunciado. Ele [Lula] não quer mais a criação de programas, de propostas novas […] é o momento de regar, botar fertilizante e colher. Então, daqui para frente é cuidar do que foi plantado e fazer com que a gente possa até o final do mandato colher”, afirmou Rui Costa ao final da reunião.
Além das orientações sobre a execução dos projetos, um ponto sensível foi abordado: o congelamento de R$ 15 bilhões no Orçamento, uma medida que afetou diversas pastas do governo. Quando questionado sobre a reação dos ministros a essa decisão, Costa foi enfático ao afirmar que, apesar de cortes orçamentários nunca serem bem-vindos, todos compreendem a necessidade dessa medida. “Corte é corte, se precisar ajustar ninguém vai estar com um sorriso na orelha, mas é necessário em função do compromisso reiterado pelo presidente de compromisso com sua política fiscal, com a responsabilidade fiscal, com o equilíbrio fiscal. Todos estão cientes disso e vida que segue”, disse o ministro da Casa Civil.
A reunião contou com a presença de todos os ministros, além dos líderes do governo no Congresso, no Senado, na Câmara dos Deputados, e de dirigentes de várias instituições, incluindo o Banco da Amazônia, BNDES, Banco do Brasil, Correios, Banco do Nordeste, Petrobras e IBGE. Foi um momento crucial de balanço de um governo que completou um ano e sete meses.
Outro tema de destaque foi a orientação de Lula aos ministros sobre a conduta durante as eleições municipais deste ano. Segundo Rui Costa, embora cada ministro tenha liberdade para apoiar os candidatos de sua preferência, é essencial evitar críticas e ofensas aos adversários. Lula pediu que cada ministro seguisse o modelo de fazer política que ele defende: focado na “defesa de valores e propostas”, sem recorrer a ataques pessoais contra os concorrentes. Costa destacou que, mesmo quando um ministro não estiver atuando explicitamente em nome do governo, ele ainda simboliza a administração, e é vital que mantenham um comportamento ético, defendendo suas posições sem o uso de adjetivos negativos.
Este encontro reforça a transição do governo de uma fase de planejamento para uma de ação e mensuração de resultados, refletindo uma postura de maior pragmatismo e compromisso com a responsabilidade fiscal e administrativa.