Durante sua visita, o presidente destacou a importância de Mino Carta, não apenas como um companheiro de longa data — uma amizade que se estendeu por mais de 50 anos —, mas também como um pioneiro que deixou um legado inigualável no jornalismo brasileiro. Lula mencionou veículos criados por Mino, como as revistas Veja e Carta Capital, que se tornaram referências na imprensa nacional. Ele também lembrou de um momento marcante em sua trajetória, quando Mino o colocou na capa da revista IstoÉ em 1978, um ato que, segundo o presidente, o ajudou a emergir na cena política brasileira e a dar visibilidade à luta dos trabalhadores.
A cerimônia também contou com a presença de Juca Kfouri, outro renomado jornalista, que sublinhou características marcantes de Mino, como sua indignação constante e sua paixão ardente, que mais de uma vez incendiou discussões acaloradas. Kfouri ressaltou que a história da imprensa brasileira não pode ser narrada sem um capítulo dedicado a sua trajetória.
A filha de Mino, Manuela Carta, também compartilhou lembranças que evidenciam a intensidade e a rigidez de seu pai em sua atividade jornalística. Ela contou sobre os frequentes desentendimentos em família, acrescentando que seu pai era irredutível em suas convicções, o que muitas vezes tornava o ambiente de trabalho mais parecido com uma “trattoria napolitana” do que uma redação tradicional. Manuela refletiu sobre a frustração de Mino em não ter testemunhado a realização do Brasil que ele tanto desejava, mencionando suas críticas às elites e, em vários momentos, ao próprio governo Lula, mostrando que, apesar da amizade, a entrega ao ideal de um Brasil melhor sempre foi sua prioridade.