A conversa entre os presidentes ocorreu em um momento crítico para ambos os países. Xi Jinping expressou o desejo da China de liderar um exemplo de “unidade e autossuficiência” entre nações em desenvolvimento, destacando a importância da cooperação para construir um mundo mais justo e sustentável. O líder chinês também fez um apelo à comunidade internacional para se mobilizar contra o unilateralismo e o protecionismo, reforçando a necessidade de se proteger os interesses legítimos das nações em desenvolvimento.
Com a China se posicionando como o maior parceiro comercial do Brasil, as duas nações mantêm uma Parceria Estratégica Global que eleva suas relações diplomáticas a um nível significativo. Os presidentes discutiram a ampliação da colaboração em áreas como saúde, petróleo, gás, economia digital e tecnologia espacial, destacando os avanços já conquistados nas sinergias entre os programas de desenvolvimento de ambos os países.
Além disso, a conversa abordou a situação econômica gerada pelas tarifas americanas, que afetam 35,9% das mercadorias brasileiras destinadas aos EUA e representam cerca de 4% das exportações totais brasileiras. O governo brasileiro está elaborando um plano de contingência para mitigar os impactos dessas tarifas e já considera a abertura de novos mercados como parte de sua política externa.
Lula também mencionou a importância da participação da China na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, programada para ocorrer em Belém, no Pará, em novembro. O presidente chinês sinalizou que uma delegação de alto nível representará o país no evento, apontando para a disposição da China de colaborar com o Brasil em temas climáticos e ambientais.
A comunicação entre os líderes, além de abordar questões comerciais e de desenvolvimento, também incluiu uma discussão sobre a paz entre Rússia e Ucrânia, evidenciando o interesse de ambos em contribuir para a estabilidade global em tempos de incerteza política e econômica.