Em recente entrevista concedida em Belém, no estado do Pará, Lula revelou que já discutiu o assunto com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante um encontro na Malásia em outubro passado. Na ocasião, o brasileiro se ofereceu como intermediário nas relações entre os Estados Unidos e a Venezuela. Lula enfatizou a necessidade de se debater a movimentação de navios de guerra estadunidenses nos mares latino-americanos, argumentando que a América Latina deve ser uma “zona de paz” e que a problemática venezuelana é um tema que requer soluções políticas, não bélicas.
A cúpula da Celac e UE acontece em um contexto de crescente tensão no Caribe, onde os Estados Unidos intensificaram sua presença militar. Trópicos de tropas, submarinos e navios de guerra foram enviados à região sob a justificativa de combater as rotas do narcotráfico, algo que, segundo analistas, oculta interesses mais profundos, especialmente relacionados às reservas de petróleo venezuelanas. O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, já denunciou que o verdadeiro objetivo da militarização é a sua destituição do poder.
Lula estará entre líderes de 27 países da UE e 33 nações da Celac, com um foco especial no restabelecimento do diálogo regional e na continuidade das negociações do acordo de livre comércio entre Mercosul e UE. Embora o encontro se prolongue até o dia 10, o presidente brasileiro participará apenas do primeiro dia, pois retornará a Belém para a abertura da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).
Desde o último sábado, Lula tem estado no Pará, onde inaugurou diversas obras e participou de visitas a comunidades indígenas e tradicionais. Nos dias 6 e 7, ele presidirá a cúpula de líderes da COP30, um evento que antecede as negociações oficiais programadas para 10 a 21 de novembro. A conferência abordará temas cruciais como financiamento climático, transição energética e conservação da biodiversidade, assuntos que impactam diretamente na agenda ambiental global.
