O presidente lembrou que a arte e a cultura frequentemente se tornam alvos de regímenes autoritários. Ele fez alusão à difícil trajetória do Ministério da Cultura (MinC), que já enfrentou tentativas de desmantelamento e ficou de fora do cenário governamental por quatro anos. “A arte e a cultura foram demonizadas, e os artistas foram tratados como inimigos do povo, quando, na verdade, eles representam a essência da identidade nacional”, afirmou, ressaltando que a recente aprovação de leis de incentivo, como as de Paulo Gustavo e Aldir Blanc, trouxe um novo fôlego e recursos para o setor cultural.
Lula lembrou ainda que o Brasil atravessa um período de democracia mais duradouro, mas alertou sobre tentativas antidemocráticas que ocorreram, como o ataque do dia 8 de janeiro de 2023. Em suas palavras, a população brasileira se uniu para repelir essas ameaças, demonstrando que está disposta a defender os princípios democráticos. “Se depender de nós, este país nunca mais sofrerá um golpe”, garantiu.
A cerimônia também homenageou 112 personalidades e 14 instituições que têm se destacado na promoção da diversidade cultural no Brasil. Entre os agraciados, o diretor de cinema Walter Salles, a atriz Fernanda Torres e o escritor Marcelo Rubens Paiva receberam a mais alta condecoração, a Grã-Cruz. Durante o evento, Paiva emocionou o público ao compartilhar relatos sobre a história de sua mãe, representando a luta de tantas mulheres brasileiras contra a tirania.
Além da premiação, o evento marcou a reinauguração do Palácio Gustavo Capanema, que esteve fechado por uma década e passou por um investimento de R$ 84,3 milhões para reformas. Com a temática proposta para esta edição do prêmio, “40 anos do MinC: Democracia e Cultura”, a solenidade sublinha a importância da integração entre cultura e cidadania em um Brasil que continua a buscar a afirmação de suas liberdades democráticas.