POLÍTICA – Lula Defende Taxação de Fintechs e Critica Retirada de MP que Visava Aumentar Arrecadação Fiscal e Beneficiar a População Brasileira.

Na última quinta-feira (9), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou sua firme posição em relação à tributação do sistema financeiro, em especial das fintechs, enfatizando que essas empresas devem “pagar o imposto devido a esse país”. O pronunciamento ocorre em um contexto recente de tensões políticas, já que a Câmara dos Deputados decidiu retirar da pauta a votação de uma medida provisória que buscava instituir a taxação sobre rendimentos de aplicações financeiras e apostas esportivas.

Essa medida, a qual visava compensar a revogação de um decreto que previa aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), gerou críticas significativas tanto do mercado financeiro quanto de diversos parlamentares. Com a decisão de retirar o texto da pauta, a proposta perdeu sua eficácia, levando o governo a buscar novas alternativas para incrementar a arrecadação e cumprir as metas fiscais estabelecidas.

Durante uma entrevista à Rádio Piatã, em uma missão na Bahia, Lula anunciou que retornará a Brasília na próxima quarta-feira (15) com a intenção de reunir sua equipe e discutir as alternativas possíveis. O presidente destacou que as fintechs, consideradas mais que simples inovações tecnológicas, agora abrangem empresas que ultrapassam alguns bancos em termos de tamanho, mas que, segundo ele, não estão contribuindo com impostos proporcionais.

A proposta original da medida provisória contemplava a taxação de bilionários, bancos e empresas de apostas, prevendo arrecadação de aproximadamente R$ 10,5 bilhões em 2025 e R$ 21 bilhões em 2026. Contudo, após negociações, essa projeção foi ajustada para cerca de R$ 17 bilhões. Lula criticou a resistência de grupos mais favorecidos em arcar com essas taxas, ressaltando que enquanto a classe trabalhadora enfrenta uma alta carga tributária, algumas camadas mais abastadas se opõem a contribuir de maneira justa.

O presidente declarou que a derrubada da MP não representa uma derrota governamental, mas sim uma perda para o povo brasileiro, pois inviabiliza a possibilidade de redistribuição de recursos, favorecendo os mais pobres através de ajustes fiscais que iriam afetar os mais ricos. Antes da votação, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pressionou o Congresso a cumprir os acordos feitos com o governo, mas encontrou resistência, especialmente dentre os partidos do centrão que se manifestaram contra a proposta.

A situação atual reflete a complexidade da relação entre o governo e o legislativo enquanto busca implementar uma política fiscal mais equitativa em meio a desafios econômicos e sociais.

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