Durante sua fala, Lula destacou a importância de uma resposta conjunta ao extremismo que busca desestabilizar as instituições democráticas. Ele enfatizou que todos os setores da sociedade, incluindo academia, parlamentos, mídia e setor privado, têm um papel crucial nesse processo. O ex-presidente expressou preocupação com a crescente onda antidemocrática global, afirmando: “A democracia liberal não foi capaz de responder aos anseios e necessidades contemporâneas. Cumprir o ritual eleitoral a cada quatro ou cinco anos não é mais suficiente.”
Os líderes presentes discutiram a necessidade de fortalecer as instituições democráticas e o multilateralismo, especialmente diante de constantes ataques. As conversas também abarcaram temas relevantes, como o combate às desigualdades sociais e a regulamentação das plataformas digitais. Lula ressaltou que a transparência e a governança digital global são fundamentais para garantir um debate público saudável, onde liberdade de expressão não vire pretexto para disseminar violência e ódio.
Além disso, um chamado coletivo foi feito para construir propostas estruturais que enfrentem as desigualdades, defendendo uma justiça tributária que impeça a concentração de riqueza nas mãos de poucos. Segundo Lula, “o combate a desigualdades sociais, de raça e de gênero é essencial para resgatar a legitimidade das democracias”, acrescentando que a crise ambiental também impacta de maneira desproporcional os setores mais vulneráveis.
Este encontro em Santiago, embora previamente agendado, acontece em um contexto de intensificação de tensões econômicas e políticas globais, incluindo os recentes ataques tarifários do governo dos Estados Unidos. O evento dá continuidade a um movimento iniciado na margem da 79ª Assembleia Geral da ONU, em setembro do ano passado, com novas reuniões já programadas para setembro próximo em Nova York, onde líderes de diversas nações deverão se reunir novamente para discutir estratégias de defesa da democracia em um mundo cada vez mais polarizado.