O presidente enfatizou a necessidade de a região preservar sua paz, afirmando que “democracias não combatem o crime violando o direito internacional”. Suas observações surgem em um contexto de preocupações entre líderes latino-americanos em relação à intensificação das operações militares dos Estados Unidos, que visam supostos traficantes de drogas em águas internacionais. Desde setembro, essas ações, que têm resultado em tragédias como o recente ataque que deixou três mortos, foram iniciadas sob a liderança do ex-presidente Donald Trump.
Lula criticou o clima de divisão que permeia a América Latina e o Caribe, sublinhando que a região se tornou mais voltada para influências externas do que para suas próprias necessidades. Ele mencionou desafios significativos, como o extremismo político e a manipulação da informação, e apontou que as discussões em fóruns internacionais frequentemente não resultam em ações concretas.
Na questão da segurança, o presidente ressaltou que nenhum país pode enfrentar as ameaças do crime organizado isoladamente. Ele defendeu a importância da cooperação internacional para combater delitos como o tráfico de drogas e de armas, citando iniciativas como o comando tripartite da tríplice fronteira com Argentina e Paraguai.
Além de questões relacionadas à segurança, Lula usou a plataforma da cúpula para destacar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que ocorrerá em Belém. Ele enfatizou a importância da conservação das florestas, propondo que a região apresente soluções inovadoras em relação à sustentabilidade ambiental, promovendo fontes de energia limpa.
Adicionalmente, o presidente Lula fez um apelo por maior representatividade feminina nas esferas mais altas da política global, defendendo a escolha de uma mulher latino-americana para a posição de secretária-geral da ONU. Esta proposta reflete não apenas a necessidade de incluir vozes femininas na liderança global, mas também um desejo de reconfigurar a dinâmica de poder dentro da entidade internacional.
Após o evento em Santa Marta, Lula seguiu diretamente para Belém, onde participará da COP30, destacando a importância de ações proativas em relação ao meio ambiente, à segurança coletiva e à busca por um mundo mais justo e equitativo.
