POLÍTICA – Lula defende inclusão dos pobres em orçamentos durante Fórum Mundial da Alimentação e destaca avanços na segurança alimentar no Brasil.

Durante a abertura do Fórum Mundial da Alimentação em Roma, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou a necessidade de integrar os pobres no orçamento dos países como um passo fundamental na luta contra a fome e a desigualdade. Em seu discurso, Lula foi claro ao afirmar que essa inclusão não deve ser tratada como assistencialismo, mas sim como uma política de Estado indispensável para garantir que avanços sociais não fiquem vulneráveis a crises políticas ou oscilações orçamentárias.

O presidente brasileiro destacou que, mesmo nações com orçamentos limitados, é possível e necessário priorizar o bem-estar das populações mais vulneráveis. Ele mencionou com entusiasmo o recente anúncio da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), que indicou que o Brasil saiu novamente do Mapa da Fome. De acordo com Lula, essa conquista representou um avanço crucial, com trinta milhões de brasileiros voltando a ter garantidas três refeições diárias. Para 2024, ele prevê a menor proporção de lares em situação de insegurança alimentar grave desde o início do milênio.

“Um país soberano é aquele que consegue alimentar seu povo”, declarou Lula, enfatizando que a fome é adversária da democracia e um obstáculo ao exercício pleno da cidadania. Para reverter esse quadro, o presidente defendeu a expansão do financiamento ao desenvolvimento, a redução dos juros sobre empréstimos e uma reformulação dos sistemas tributários, além do alívio das dívidas de países em desenvolvimento.

Lula argumentou que não basta apenas produzir alimentos; é crucial também garantir a distribuição equitativa. Ele sugeriu que uma reforma na arquitetura financeira internacional poderia direcionar financiamento para aqueles que realmente necessitam, contribuindo significativamente para a segurança alimentar global. O presidente também abordou um paradoxo que aflige a América Latina e o Caribe: ser o celeiro do mundo enquanto ainda enfrenta o desafio da fome, e destacou a preocupante situação da segurança alimentar na África, que, embora apresente crescimento econômico, registra níveis alarmantes de insegurança alimentar.

Em uma agenda paralela, Lula se encontrou com o papa Leão XIV, onde elogiou a primeira exortação apostólica do pontífice e sua mensagem de compaixão pelos mais pobres. Em suas redes sociais, compartilhou a importância de um movimento contra a desigualdade e considerou o documento papal um guia essencial que deveria ser difundido e aplicado amplamente. Essa combinação de discursos e encontros reflete um esforço governamental para construir um futuro mais equitativo, onde as necessidades dos mais vulneráveis sejam priorizadas nas políticas públicas.

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