Segundo o presidente, a presença de navios de guerra americanos na América Latina não deve ser ignorada, destacando que a região deve ser um espaço de paz. “É fundamental que a reunião da Celac, neste momento, foque na discussão sobre a movimentação de barcos de guerra americanos nos mares da América Latina. Tive a chance de dialogar com o presidente dos EUA sobre isso, reiterando que a América Latina deve ser uma zona de paz”, afirmou Lula. Ele também enfatizou que os problemas políticos na Venezuela precisam ser abordados por meio do diálogo e da política, não da intervenção militar.
A cúpula acontece em um contexto de crescente tensão no Caribe, onde os Estados Unidos têm intensificado sua presença militar. As alegações de que tal mobilização visa combater o narcotráfico têm gerado controvérsias, especialmente diante dos argumentos do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que aponta que essas ações estão ligadas a interesses estratégicos estadunidenses nas vastas reservas de petróleo do país.
O encontro reúne líderes de 27 países da UE e 33 nações latino-americanas, com o objetivo de revitalizar o diálogo entre ambas as regiões e discutir avanços nas negociações do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia. Esta é a quarta cúpula entre a Celac e a UE, e a décima ocasião que ambas as partes se reúnem desde 1999. Durante a cúpula, espera-se a formalização da Declaração de Santa Marta e a criação do Mapa do Caminho 2025-2027, com a intenção de transformar o diálogo em ações efetivas.
A Colômbia, que atualmente preside a Celac, deve conduzir a reunião até segunda-feira, 10 de julho, quando Lula retorna para Belém para participar da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). O Brasil voltou a integrar essas discussões em janeiro de 2023, após um intervalo de três anos.
