Lula ressaltou a seriedade com que o Brasil encara a questão da energia renovável, destacando que cerca de 90% da energia elétrica nacional é proveniente de fontes renováveis. Ele reforçou o potencial do Brasil nesse setor e manifestou o desejo de estabelecer parcerias com a Arábia Saudita no desenvolvimento dessa nova matriz energética. O presidente afirmou que o Brasil tem ambições de se tornar um centro na produção de energias alternativas, visando alcançar o status de “a Arábia Saudita da energia verde” em 10 anos.
O compromisso do Brasil em atingir o desmatamento zero até 2030 foi reafirmado por Lula, que ressaltou a importância de trabalhar com responsabilidade para descarbonizar o planeta e garantir uma vida digna e com qualidade para todos. O presidente ainda enfatizou a boa base intelectual, científica-tecnológica e o sistema financeiro sólido do Brasil, convidando os empresários sauditas a estabelecer parcerias com as empresas brasileiras.
Além de pautar a questão energética, Lula discutiu a possibilidade de investimentos sauditas em fertilizantes, visando fornecer garantias ao mundo em meio à incerteza gerada pela guerra da Rússia na Ucrânia, que afetou o comércio global de insumos. O presidente defendeu o diálogo como meio de resolver os conflitos pelo mundo, alertando que a guerra só traz miséria e morte.
Na sequência, Lula expressou gratidão pela entrada da Arábia Saudita no Brics e cobrou aportes do país no Novo Banco de Desenvolvimento, visando fortalecer o financiamento de mais países. O Brasil presidirá o Brics em 2025 e também sediará a COP 30, reforçando o convite ao príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, para participar desses eventos.
Além das agendas oficiais, Lula realizou reuniões com o príncipe herdeiro em Riad para discutir o aumento das transações comerciais entre os dois países, que estimam um salto dos atuais US$ 8 bilhões para US$ 20 bilhões até 2030. A comitiva presidencial ainda tem mais compromissos na Arábia Saudita, no Catar e nos Emirados Árabes, onde participará da COP 28, além de tratar de questões relativas ao conflito entre Israel e o grupo político-militar palestino Hamas.