Lula, em entrevista a agências internacionais, ressaltou que, embora os dados indicam que a operação pode ser considerada um sucesso em termos de número de alvos abatidos, ela falhou em seu objetivo primordial: a proteção e a segurança da população. Segundo o presidente, “a ordem do juiz era uma ordem de prisão, não uma ordem de matança”, fazendo alusão ao elevado número de mortes ocorridas durante a ação.
A operação, que contou com a mobilização de cerca de 2.500 policiais de diversas unidades, visava desmantelar a facção criminosa Comando Vermelho em áreas conhecidas por sua violência, como os complexos do Alemão e da Penha, localizados na zona norte da cidade. Resultados iniciais mostram que 121 pessoas foram mortas, incluindo quatro policiais, o que a torna a operação policial mais letal já registrada no estado.
Relatos de moradores de comunidades afetadas revelaram que muitos corpos foram encontrados em áreas de mata, com indícios de execução, como mãos e pernas amarradas. Em contrapartida, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, defende a operação como um sucesso, alegando que aqueles que se renderam foram prontamente detidos, desconsiderando os testemunhos que apontam para possíveis execuções extrajudiciais.
A situação chamou a atenção da Organização das Nações Unidas (ONU), que se manifestou favorável a uma investigação independente. A entidade enfatiza a necessidade de responsabilização por violações de direitos humanos e a proteção de testemunhas e defensores dos direitos humanos.
Além das questões de segurança pública, Lula também se encontrou com jornalistas em Belém, onde se prepara para a Cúpula do Clima e a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que ocorrerá nos dias 6 e 7 de outubro. O evento reunirá líderes globais para discutir soluções frente à crise climática, ressaltando a importância do comprometimento e da ação coletiva em um contexto tão crítico.
