A TV 3.0, considerada a “televisão do futuro”, integra serviços de internet à transmissão convencional, possibilitando um nível de interatividade sem precedentes. Os telespectadores poderão não apenas consumir conteúdo, mas também participar ativamente dele, realizando votações em tempo real e até realizando compras diretamente por meio do televisor. Essa nova dinâmica representa uma oportunidade significativa de geração de receita para as emissoras.
A proposta para a adoção do sistema ATSC 3.0, que será o padrão técnico para essa evolução, foi elaborada por membros do Fórum do Sistema Brasileiro de Televisão Digital e está prestes a ser confirmada pelo decreto presidencial. A nova estrutura trará um cronograma de migração gradual, priorizando as grandes cidades inicialmente, semelhante ao que ocorreu durante a transição para a TV digital. A expectativa é que uma parte da população brasileira já possa desfrutar da TV 3.0 durante as transmissões da Copa do Mundo de 2026.
O avanço da tecnologia promete revitalizar a relevância da televisão diante da crescente concorrência dos serviços de streaming. Um dos aspectos distintivos da TV 3.0 é sua interface de aplicativos, que permitirá uma navegação simplificada entre os canais, devolvendo a proeminência à TV aberta em meio ao cenário atual, onde muitos usuários têm priorizado plataformas de mídia sob demanda.
Além disso, a TV 3.0 se comprometerá a garantir a presença de emissoras educativas e a facilitar o acesso a serviços públicos, por meio de uma Plataforma Comum de Comunicação Pública. Isso beneficiará principalmente áreas onde o sinal de televisão convencional não alcança, utilizando conexões de internet para suprir essa lacuna.
Entretanto, a implementação dessa nova tecnologia enfrenta desafios significativos, como os custos relacionados à migração para as emissoras e à aquisição de equipamentos pelos usuários. A universalização do acesso à internet de qualidade ainda é uma meta distante, com dados recentes indicando que uma parte considerável da população brasileira ainda não tem condições satisfatórias de conectividade.
Como resultado, o sucesso da TV 3.0 dependerá não apenas da disposição das emissoras em se adaptar a essa nova realidade, mas também do empenho em garantir que a população tenha acesso à infraestrutura necessária para aproveitar ao máximo essa experiência inovadora.
