POLÍTICA – Lula Anuncia “Mutirão Educacional” para Combater a Violência Contra as Mulheres em Resposta a Crescente Onda de Feminicídios no Brasil

Na última segunda-feira, 8 de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou sua intenção de convocar uma reunião com representantes de diferentes Poderes e setores da sociedade, visando a implementação de um “mutirão educacional” na luta contra a violência de gênero. Essa decisão surge em meio a uma alarmante série de casos de feminicídio que têm causado indignação em diversas partes do país. Recentemente, milhares de pessoas se mobilizaram nas ruas para protestar contra a violência e exigir um ambiente de respeito e segurança para as mulheres no Brasil.

Durante sua fala na 14ª Conferência Nacional de Assistência Social, realizada em Brasília, Lula destacou a necessidade de envolver uma ampla gama de participantes, desde o Congresso Nacional até representantes de movimentos sociais e religiosos. “É preciso a participação de todos nós para construirmos este mutirão educacional”, afirmou o presidente. Embora ainda não tenha definido uma data específica, ele expressou a intenção de reunir os envolvidos até o final do ano.

Lula enfatizou a necessidade de indignação coletiva frente ao aumento da violência contra as mulheres, citando episódios recentes, como o caso de Tainara Souza Santos, vítima de um atropelamento brutal em São Paulo, e um incêndio criminoso em Recife que resultou na morte de uma mulher grávida e seus quatro filhos. O presidente apelou à responsabilidade masculina nessa luta, afirmando que a mudança de comportamento deve partir dos homens.

“O combate ao feminicídio não deve ser uma tarefa exclusiva das mulheres, é uma responsabilidade coletiva”, disse Lula, sublinhando que essa problemática está atrelada à educação desde a infância. Ele tem abordado questões de violência de gênero em seus discursos recentes, enfatizando que cerca de 3,7 milhões de mulheres sofreram violência doméstica nos últimos doze meses, de acordo com dados estatísticos.

Com o ano de 2024 apresentando já mais de 1.180 casos de feminicídio, o presidente reafirmou seu compromisso em fazer desse tema uma prioridade política. Além disso, durante a conferência, Lula também discutiu a Proposta de Emenda à Constituição 383/17, que visa assegurar a aplicação mínima de recursos no Sistema Único de Assistência Social. O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, ressaltou a importância de um financiamento compartilhado para garantir a efetividade das políticas públicas nessa área.

Direcionando esforços para um diálogo construtivo, o governo busca um caminho colaborativo, reunindo diversas esferas da sociedade e do Estado em prol da segurança e dignidade das mulheres brasileiras.

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