Em sua declaração, Lula destacou a dificuldade de comunicação com Trump, enfatizando que em momentos anteriores, manteve conversas com líderes de diversas nações, incluindo Bill Clinton, Barack Obama, George W. Bush e Joe Biden, além de presidentes de países como China, México, Paraguai, Bolívia, Malásia e Indonésia. “Ele não quer conversar. Se quisesse, teria me ligado. Eu falo com todo mundo, mas ele não quis”, enfatizou Lula.
Essas declarações foram feitas durante o I Encontro Regional de Educação Escolar Quilombola do Sudeste, um evento que busca promover iniciativas interministeriais nas áreas de educação, igualdade racial, direitos humanos e povos indígenas. Embora abordasse um tema sério, o presidente também utilizou de ironia ao comentar a abordagem negociadora de Trump, equiparando-a a uma partida de truco — um jogo de cartas popular no Brasil. “Se ele estiver trucando, ele vai tomar um seis. O Brasil sabe negociar”, disse Lula, ressaltando que já havia tentado estabelecer um diálogo com os americanos em diversas ocasiões.
Ele citou uma carta enviada ao governo dos Estados Unidos em 16 de maio, na qual solicitava esclarecimentos sobre propostas de negociações, mas, segundo Lula, a resposta recebida foi insatisfatória. O presidente também alertou que, se o Brasil continuar a ser taxado, será forçado a adotar a Lei da Reciprocidade, uma medida que poderia limitar ou retaliar práticas de importação em resposta às tarifas.
Além dessas questões comerciais, Lula criticou Trump por sua afirmação de que o sistema judiciário brasileiro estaria realizando uma “caça às bruxas” em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta acusações de tentativa de golpe de Estado. As declarações de Lula refletem um cenário tenso nas relações Brasil-Estados Unidos, evidenciando os desafios que o governo brasileiro enfrenta tanto no âmbito econômico quanto nas relações diplomáticas.
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