POLÍTICA – Licença de Carla Zambelli é aprovada antes de sua fuga; STF mantém condenação e transforma prisão preventiva em pena. Coronel Tadeu assume mandato.

Na última quinta-feira, 5 de outubro, a Câmara dos Deputados concedeu autorização para a deputada Carla Zambelli, do PL de São Paulo, a tirar uma licença não remunerada. Este pedido foi apresentado seis dias antes de a parlamentar ser condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e de anunciar que havia deixado o Brasil. A licença, que foi formalizada com a assinatura do presidente da Casa, deputado Hugo Motta, e publicada no Diário Oficial, tem a duração de 127 dias. Desses, sete dias são destinados a um tratamento de saúde não especificado, enquanto os 120 restantes visam que Zambelli trate de “assuntos de interesse particular”.

Durante sua ausência, o suplente Coronel Tadeu assume o mandato. Ele já havia exercido o cargo de deputado federal entre 2019 e 2023 e possui um histórico controverso, tendo recebido uma advertência do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar por violar uma placa em uma exposição sobre assassínios de pessoas negras no Brasil.

A situação envolvendo Zambelli se agrava com a condenação imposta pelo STF, que além da pena de prisão, também resultou na perda de seu mandato. A Primeira Turma do STF rejeitou recentemente, por unanimidade, um recurso que a parlamentar apresentou em relação à sua condenação, determinando que sua prisão preventiva, imposta ao deixar o país, deverá ser convertida em pena de prisão efetiva.

Além disso, a perda do mandato de Zambelli apenas será formalizada por meio de um ato oficial da Mesa Diretora da Câmara. Após sua saída do Brasil, a deputada expressou a intenção de se estabelecer em outro país europeu, onde continuaria a “denunciar a ditadura que o Brasil enfrenta hoje”.

De acordo com fontes, na quarta-feira, 4 de outubro, um dia após Zambelli confirmar sua saída do Brasil, o ministro Alexandre de Moraes também decretou medidas adicionais contra a parlamentar, incluindo o bloqueio de seu salário e recursos relacionados ao seu gabinete. Sua inclusão na lista de procurados pela Interpol ocorreu logo após sua chegada à Itália, onde pretende se estabelecer, aproveitando sua cidadania italiana. A situação continua despertando interesse e uma série de discussões sobre as implicações legais e políticas do caso Zambelli.

Sair da versão mobile