As investigações apontaram que o golpe vinha sendo gestado há muito tempo, bem antes do término do governo Bolsonaro. Um relatório da Polícia Federal revelou a existência de um plano chamado Punhal Verde Amarelo, que tinha como objetivo o assassinato do presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes. O Diretor Geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, destacou que a profundidade do inquérito mostrou o quão próximo o país esteve de um golpe de Estado.
O jornalista Leandro Demori ressaltou que o movimento golpista não surgiu com Bolsonaro, mas sim desde eventos como a Lava Jato e o impeachment de Dilma Rousseff. Bolsonaro soube manipular o sentimento de parte da sociedade, alimentando teorias de fraude eleitoral e a necessidade de voto impresso. Já a jornalista Juliana Dal Piva enfatizou que o radicalismo aumentou durante o mandato de Bolsonaro, culminando nos planos detalhados de golpe.
A operação Contragolpe da Polícia Federal revelou a participação de militares das Forças Especiais no planejamento do golpe. O ministro do STF, Gilmar Mendes, alertou para os perigos da politização das Forças Armadas e da Polícia, fatores que contribuíram para a tentativa de golpe. Entretanto, apesar do envolvimento de generais, a maioria das Forças Armadas atuou para manter a democracia, como destacou o jornalista Felipe Recondo.
Em resumo, a cronologia da tentativa de golpe no Brasil mostrou um cenário de extrema polarização política, radicalismo e participação de setores militares. Contudo, o país conseguiu evitar um retrocesso autoritário, em grande parte pela atuação das instituições democráticas e da sociedade civil. O episódio de 8 de janeiro de 2023 serve como alerta para a importância da vigilância constante em defesa da democracia e do Estado de Direito.
