A coordenação do novo escritório será compartilhada entre o secretário nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo, e o secretário de Segurança Pública do estado, Victor Santos. Lewandowski enfatizou que o fórum servirá para que as forças de segurança colaborem de maneira mais rápida e eficaz, permitindo a tomada de decisões em momentos críticos. “Este é o embrião de um modelo que queremos desenvolver com a PEC da Segurança Pública em discussão no Congresso. A cooperação entre as esferas federal, estadual e até municipal é essencial para o combate a esse flagelo”, declarou o ministro.
O governador Castro reforçou a necessidade de “ações 100% integradas”, com o intuito de desburocratizar os processos e respeitar as competências de cada órgão. “Precisamos eliminar barreiras para que nossas ações atinjam o verdadeiro cliente, que é o cidadão”, ressaltou ele.
A criação do escritório ocorre em um momento delicado para a segurança do Rio, especialmente após a Operação Contenção nos complexos do Alemão e da Penha, que resultou em mais de 100 mortes e é considerada uma das mais letais da história do Brasil. Como consequência, membros do Comando Vermelho realizaram protestos ao interditar ruas com barricadas, aumentando a tensão na cidade.
Lewandowski anunciou também um plano de reforço das forças de segurança, com a inclusão de 50 novos agentes da Polícia Rodoviária Federal e o aumento da atuação das equipes de inteligência no estado. Peritos e vagas em presídios federais também foram oferecidos ao governo estadual, caso haja necessidade.
O encontro no Palácio Guanabara é resultado de um pedido anterior de apoio federal feito por Cláudio Castro, que se queixou de que o estado está enfrentando a guerra contra o crime organizado praticamente sozinho. Em contrapartida, Lewandowski destacou que o governo federal já havia atendido a solicitações anteriores do governador, como a transferência de líderes de facções criminosas para penitenciárias federais de máxima segurança.
Em relação ao uso do termo “narcoterrorismo” para descrever o crime organizado no Rio, Lewandowski esclareceu que essa definição não se aplica à realidade local. Ele argumentou que, enquanto o terrorismo envolve uma motivação ideológica, as facções criminosas atuam de maneira sistemática para cometer crimes tipificados no Código Penal, ressaltando que são categorias distintas e bem definidas pela legislação.
Por fim, tanto Lewandowski quanto Castro descartaram a possibilidade de convocar as Forças Armadas para auxiliar na segurança pública do estado, uma vez que consideram que a situação atual já é diferente de anos anteriores e que a força de segurança estadual está capacitada para lidar com a crise. O governador afirmou que não faria pedidos nesse sentido, garantindo que a realidade de segurança do Rio de Janeiro já se transformou significativamente.
