POLÍTICA – Governo do Paraguai cobra explicações do Brasil sobre operação de inteligência para obter informações sigilosas de autoridades envolvidas em negociações de Itaipu.



O governo do Paraguai exigiu explicações do Brasil nesta terça-feira (1º) sobre uma operação de inteligência da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para obter informações sigilosas de autoridades paraguaias envolvidas em negociações sobre a usina de Itaipu, propriedade binacional.

Através de um comunicado oficial, o Paraguai convocou seu embaixador no Brasil, Juan Manuel Delgadillo, para consultas imediatas a fim de esclarecer os aspectos relacionados à ação de inteligência sobre o governo paraguaio. A monitorização teria ocorrido entre junho de 2022 e março de 2023, conforme inicialmente revelado pelo site UOL.

Em uma nota oficial divulgada na segunda-feira (31), o Itamaraty confirmou que a iniciativa de monitoramento foi tomada durante a gestão anterior, do ex-presidente Jair Bolsonaro, e foi encerrada assim que o novo governo teve conhecimento. O Paraguai também convocou o embaixador do Brasil no país para dar explicações sobre o ocorrido.

O Paraguai decidiu congelar as negociações referentes à revisão do Anexo C do Tratado de Itaipu, que trata dos valores da energia excedente gerada pela usina e vendida ao Brasil pelo Paraguai, devido a divergências existentes entre os dois países.

Essa decisão foi tomada um dia após o Palácio do Itamaraty emitir uma nota oficial desmentindo que o governo atual tenha ordenado qualquer ação de inteligência contra o país vizinho. O diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, assumiu o cargo de forma definitiva em 29 de maio de 2023 e estava como interino da agência quando a ação de inteligência foi interrompida, dois meses após sua posse.

O governo do presidente Lula reiterou seu compromisso com o respeito e o diálogo transparente nas relações diplomáticas com o Paraguai e demais parceiros na região e no mundo, enfatizando a importância do incidente ter sido esclarecido e encerrado de acordo com os princípios diplomáticos.

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