Entre os presentes estavam Cláudio Castro, governador do Rio de Janeiro, e seus pares de Minas Gerais, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Goiás, além da vice-governadora do Distrito Federal. O governador de São Paulo participou de forma remota por videoconferência. A estrutura do consórcio será inicialmente baseada no Rio, que desempenhará um papel central na formalização do grupo.
O governador Castro destacou a relevância de compartilhar experiências e estratégias de combate ao crime. Ele mencionou que o consórcio funcionará em moldes semelhantes a outras iniciativas já existentes e que a colaboração se destina a incluir todos os estados da federação, buscando um esforço conjunto para enfrentar a violência que assola diversas regiões do Brasil.
O governo de Santa Catarina, representado por Jorginho Mello, enfatizou a importância de uma integração efetiva entre as 27 unidades da federação. Segundo ele, além da troca de experiências, o consórcio permitirá a aquisição conjunta de equipamentos de segurança, assim como o empréstimo de efetivos qualificados entre os estados.
Durante a reunião, a operação que ocorreu nos complexos da Penha e do Alemão foi elogiada pelos governadores. Romeu Zema, de Minas Gerais, chamou a ação de “a mais bem-sucedida”. No entanto, a operação, apesar de seus resultados impactantes, gerou controvérsia, com críticas de especialistas em segurança pública sobre a eficácia de operações policiais isoladas em resolver questões profundas da criminalidade, além de preocupações com a alta letalidade e supostas violações de direitos humanos.
Os governadores também expressaram descontentamento com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, que se destina a dar um novo status ao Sistema Único de Segurança Pública e a estabelecer diretrizes obrigatórias para todos os estados. Eles alertaram que a proposta pode comprometer a autonomia estadual na gestão de segurança pública.
Além disso, nesta semana, o ministro da Justiça e da Segurança Pública anunciou a criação de um escritório emergencial para lidar com o crime organizado no Rio de Janeiro, visando aumentar a eficácia da integração entre as esferas federal e estadual. O governo promete reforçar o efetivo da Polícia Rodoviária Federal e enviar peritos ao estado, além de autorizar a transferência de detentos para presídios federais.
Essa nova iniciativa representa um esforço coletivo para enfrentar um dos maiores desafios da segurança pública no Brasil, destacando a necessidade de cooperação interestatal e a busca por soluções mais eficientes e humanizadas.
