POLÍTICA – Governador do Rio pede transferência de detentos após operação que deixou 64 mortos e apontou lideranças do crime em penitenciárias durante caos na cidade.

Na última terça-feira, 28 de setembro, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, solicitou oficialmente à Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senapen), vinculada ao Ministério da Justiça, a transferência de dez detentos para estabelecimentos prisionais federais. Os apenados em questão são acusados de liderar, de dentro do sistema penitenciário, uma série de ações criminosas que culminaram em um dia de caos em várias localidades da cidade. Essas ações incluíram o bloqueio de vias e o sequestro de ônibus, levando a uma crise de segurança que atraiu a atenção das autoridades.

Mais cedo, o governador participou de conversas significativas com a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa. Durante a reunião, Castro discutiu a Operação Contenção, que ocorreu nos Complexos do Alemão e da Penha. Esta operação resultou em um desfecho trágico, com a confirmação de 64 mortes, sendo quatro delas de policiais, além de um considerável número de policiais civis e militares feridos. A operação também teve como resultado a apreensão de 93 fuzis e a detenção de 86 suspeitos.

O governador ressaltou a colaboração do governo federal na luta contra a criminalidade, destacando sua boa relação com os ministros envolvidos. Ele mencionou que estava alinhado com as autoridades federais e que buscaria apoio contínuo para resolver a crise de segurança. “Qualquer ajuda que o governo federal puder oferecer será bem-vinda”, afirmou.

Em relação à operação desencadeada, Castro enfatizou que não houve precipitação na ação e que o trabalho da polícia seguiu todos os trâmites legais necessários, com planejamento e supervisão do Ministério Público. A operação foi resultado de uma investigação minuciosa que durou mais de um ano e foi cuidadosamente orquestrada ao longo de dois meses.

Naquela mesma noite, a operação prosseguia com confrontos entre agentes do BOPE e criminosos na área de mata da localidade denominada Vacaria, que integra o Complexo do Alemão. Em um contexto de tensão e insegurança, a empresa de transporte público, Rio Ônibus, relatou que 71 ônibus foram usados como barreiras em diversas partes da cidade, dificultando a intervenção das forças de segurança. O clima de incerteza e violência continua a ser uma preocupação crescente para os residentes da região e para as autoridades locais.

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