A ministra ressaltou que, ao invés de unir forças para combater o crime organizado, lideranças políticas vinculadas a partidos da direita, representadas por Ronaldo Caiado, estão optando por uma narrativa que favorece a polarização política e o envolvimento militar americano na região. Este cenário, segundo ela, é preocupante, especialmente em um momento em que há movimentos militares por parte do governo dos Estados Unidos, que justifica a presença de suas forças na América do Sul como parte de uma estratégia de combate ao narcotráfico, embora críticos a vejam como uma tentativa de desestabilizar governos desafiadores.
Gleisi Hoffmann traçou um paralelo entre esses governadores e o deputado federal Eduardo Bolsonaro, atualmente residindo nos Estados Unidos. Ela insinuou que ele e sua família alimentam políticas que buscam impor sanções comerciais ao Brasil e que podem, em última análise, comprometer a soberania nacional.
Em face desse panorama, a ministra ressaltou que a segurança pública deve ser abordada com seriedade e planejamento, e não com intenções eleitoreiras. Ela fez uma forte defesa da PEC 18, que propõe uma unificação das diretrizes de segurança pública sob a supervisão da União, com a intenção de melhorar a coordenação entre as diversas forças de segurança do país.
Em contrapartida, um grupo de sete governadores anunciou a criação do “Consórcio da Paz,” um projeto destinado a promover a troca de informações e apoio no combate ao crime organizado. Apesar das diferentes visões, os governadores reconheceram os resultados de uma recente operação policial no Rio de Janeiro, que resultou em 121 mortes e a apreensão de um grande arsenal de armas. Essa operação, embora celebrada por alguns como um sucesso, também suscita debates sobre as suas implicações e a forma como a segurança pública está sendo gerida no Brasil contemporâneo.
Neste contexto, a PEC 18 enfrenta resistência, pois muitos governadores acreditam que a nova legislação pode vulnerabilizar a autonomia estadual em questões de segurança pública. A proposta estabelece que a União se torne responsável pela formulação da política nacional de segurança, o que é motivo de preocupação para os líderes estaduais, que temem uma intervenção direta em seus direitos de gestão. O governo federal, por sua vez, defende que a proposta não retira as responsabilidades locais, mas busca uma diretriz unificada em prol da segurança no Brasil.









