POLÍTICA – Ex-procurador do INSS Virgílio Oliveira Filho se recusa a responder em CPI sobre desvio de R$ 6,3 bilhões e alega não ser indiciado.

Na última quinta-feira, o ex-procurador-geral do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Virgílio Oliveira Filho, foi convocado a depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS. Apesar das expectativas em torno de sua oitiva, Oliveira Filho decidiu se manter em silêncio durante as interrogações do relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL). A sessão, que se iniciou no final da tarde, ocorreu logo após o depoimento de sua companheira, Thaisa Hoffmann, que também optou por não se manifestar.

Oliveira Filho, que foi afastado de suas funções em abril deste ano por ordem judicial, enfrenta investigações envolvendo um esquema que desviou aproximadamente R$ 6,3 bilhões em descontos indevidos nos benefícios de aposentadoria e pensões. Em seu pronunciamento, o ex-procurador enfatizou que não é indiciado, réu ou condenado em tais investigações, ressaltando que não foi ouvido até o momento pelas autoridades competentes. Ele expressou sua preocupação com um “prejulgamento” em relação à sua atuação no cargo, afirmando que defenderá seus atos como procurador.

A escolha de permanecer em silêncio foi respaldada por um habeas corpus concedido pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), que garante a Oliveira Filho o direito de não responder a perguntas que possam incriminá-lo. Durante a audiência, Alfredo Gaspar pressionou o ex-procurador sobre a origem de sua evolução patrimonial, mas sem sucesso, já que Oliveira reiterou sua decisão de não prestar esclarecimentos.

Do lado de fora da bancada, a companheira de Oliveira, Thaisa Hoffmann Jonasson, também se manteve em silêncio, embora tenha sido identificada pelos membros da CPMI como uma suposta “laranja” do esquema de fraudes. O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), deixou claro que as testemunhas que não comparecerem até o final do próximo fim de semana podem sofrer pedidos de prisão.

O senador não hesitou em chamar a atenção para a seriedade das evidências apresentadas e fez um apelo ao ministro do STF, André Mendonça, para que as prisões preventivas solicitadas pela CPMI sejam efetivamente decretadas. Viana clama por ações concretas a fim de coibir irregularidades, enfatizando a indignação perante a situação dos aposentados prejudicados pelo esquema, ao passo que os envolvidos celebram à margem da legislação. A CPMI do INSS continua sob forte escrutínio, comprometendo-se a desvendar um dos maiores escândalos de corrupção envolvendo o sistema previdenciário brasileiro.

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