Durante sua visita à PF, Bolsonaro afirmou que sua presença se deve ao inquérito conhecido como “dos empresários”. Ele foi incluído nele vários meses depois, devido a uma mensagem que ele enviou para Meyer Nigri, empresário em São Paulo, que Bolsonaro conhece desde antes das eleições de 2018. O ex-presidente reconheceu que enviou mensagens em um grupo privado, mas negou qualquer teor golpista nessas mensagens.
Os advogados de Bolsonaro optaram por entregar as razões de defesa por escrito, destacando que o caso não deveria estar sendo investigado no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o advogado Paulo Cunha Bueno, nenhum dos empresários envolvidos na investigação possui foro por prerrogativa de função, o que significa que o caso deveria tramitar em primeira instância. Cunha Bueno ressaltou que não foi apurado nenhum fato determinado no inquérito e argumentou que uma conversa em um grupo fechado de WhatsApp entre amigos não poderia se tornar uma investigação.
Além disso, Bolsonaro foi questionado sobre o conteúdo do relatório da CPMI dos Atos Golpistas, que investiga os eventos ocorridos em 8 de janeiro. O parecer apresentado pela senadora Eliziane Gama pediu o indiciamento de Bolsonaro e mais 60 pessoas, incluindo ex-auxiliares diretos e generais das Forças Armadas, por tentativa de golpe de Estado. Bolsonaro criticou o relatório, chamando-o de completamente parcial, e questionou por que não foi convocado para depor antes do indiciamento.
O caso envolvendo Bolsonaro e os empresários continua a gerar polêmica jurídica e política. Enquanto o ex-presidente afirma estar disposto a colaborar com as investigações, seus advogados contestam a competência do STF e argumentam que o caso deveria ser tratado em primeira instância. Ainda não há previsão de quando o inquérito será concluído e se haverá desdobramentos legais a partir dele.