POLÍTICA – Deputados protocolam pedido de impeachment do secretário de Segurança de SP por abusos e homicídios cometidos por policiais.



Na última sexta-feira (6), a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) foi palco de um acontecimento marcante: o protocolo de um pedido de impeachment contra o secretário de Segurança Pública do estado, Guilherme Derrite. Assinado por 26 deputados, o requerimento denuncia casos recorrentes de abusos de poder e homicídios cometidos por policiais militares, que têm gerado revolta na população.

Segundo os parlamentares signatários do pedido, a gestão do secretário Guilherme Derrite tem sido negligente diante dos abusos cometidos por agentes policiais nos últimos dois anos. O documento destaca que a administração estadual tem ignorado a escalada da violência policial, além de falhar em enfrentar o racismo presente nos procedimentos policiais. A omissão do poder público diante desses episódios tem sido alvo de críticas por parte de diversos setores da sociedade.

O pedido de impeachment apresenta uma lista de 12 casos de violência policial ocorridos nos últimos dois anos, como a morte de Felipe Vieira Nunes, um vendedor ambulante de 30 anos, que foi encontrado morto com sinais de tortura após ter sido abordado por policiais. Além disso, o caso do estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, morto por um policial militar em um hotel na capital paulista, também é mencionado no documento.

Os deputados requerentes destacam ainda a gravidade de um caso em que um policial militar jogou um entregador de cima de uma ponte na cidade de São Paulo. As imagens captadas do momento do crime revelam a brutalidade e a violência desproporcional exercida pelos agentes, o que tem chocado a sociedade e levantado questionamentos sobre a conduta das forças de segurança.

Diante desses fatos, os deputados pedem a condenação do secretário Guilherme Derrite pelos crimes de responsabilidade que lhe são imputados, com a consequente perda do cargo e inabilitação para o exercício de função pública pelo período de cinco anos. A Secretaria da Segurança Pública, por sua vez, respondeu em nota que suas corregedorias estão atuantes para apurar qualquer desvio de conduta de seus agentes, destacando a expulsão e prisão de centenas de policiais no último ano como forma de demonstrar compromisso com a ética e a legalidade.

O desenrolar desse pedido de impeachment promete ser um ponto de inflexão na gestão da segurança pública em São Paulo, trazendo à tona questões fundamentais sobre o papel do Estado na proteção dos direitos fundamentais dos cidadãos. O debate sobre a responsabilidade e a transparência das instituições policiais certamente continuará permeando o cenário político e social do estado nos próximos dias.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo