Entre eles, Jucimar Fonseca da Silva, ex-coordenador de Pagamentos e Benefícios do INSS, apresentou um atestado médico que, embora tenha sido contradito por uma avaliação de uma Junta Médica que permitia sua presença, levou o investigado a decidir não comparecer. A comissão havia recebido onze solicitações de convocação para Jucimar, tanto de deputadores aliados ao governo quanto de oposição. O deputado Paulo Pimenta, do PT gaúcho, enfatizou a importância da presença do ex-coordenador, considerando que ele havia defendido a reativação de convênios com entidades envolvidas em denúncias de desvio de recursos de aposentados e pensionistas. Pimenta argumentou que a oitiva poderia esclarecer quais critérios foram utilizados para validar esses convênios e se houve auditorias adequadas antes da aprovação dos descontos.
O outro convocado que não compareceu foi o empresário Thiago Schettini, que obteve um habeas corpus do ministro do Supremo Tribunal Federal, André Mendonça. Apesar de ter sido chamado como testemunha, o entendimento foi de que sua condição de investigado o permitia optar por não se auto-incriminar durante a sessão da CPMI. Schettini é apontado como um facilitador de um esquema de corrupção no INSS e também enfrenta investigações da Polícia Federal relacionadas a sua conexão com práticas ilegais.
Na semana anterior, uma operação da Polícia Federal resultou na prisão de Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS, como parte de uma investigação abrangente sobre descontos não autorizados em aposentadorias. Além de Stefanutto, outras figuras, como o ex-ministro do Trabalho do governo Jair Bolsonaro, estão sob investigação, ligadas a cobranças ilegais de mensalidades associativas. O cenário evidencia um elaborado esquema de corrupção que afeta diretamente milhões de aposentados e pensionistas, levantando preocupações profundas sobre a integridade das instituições responsáveis pela administração de benefícios sociais no país.









