Durante o depoimento, o senador Jorge Kajuru, presidente da CPI, destacou que o relatório apresentado pelo empresário possui diversos indícios que levantam suspeitas, porém ainda não podem ser considerados como provas concretas. Ele ressaltou a importância de tornar os dados públicos o mais rapidamente possível, a fim de embasar futuros depoimentos e investigações da comissão.
Textor afirmou aos parlamentares que possui evidências de manipulação de partidas do Campeonato Brasileiro de futebol de 2022 e 2023, baseando-se em análises da empresa francesa Good Game! que utiliza inteligência artificial para avaliar a arbitragem. Durante a segunda parte da reunião, foram apresentados nomes de possíveis envolvidos, porém este momento ocorreu em uma sessão secreta exclusiva dos senadores do colegiado.
O empresário enfatizou que não estava fazendo acusações diretas a clubes ou dirigentes, mas sim expondo as irregularidades identificadas. Ele mencionou a existência de um áudio comprometedor envolvendo um árbitro e alertou para a realidade da manipulação de resultados no esporte, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Textor foi convidado como testemunha pela CPI, após declarar à imprensa que possuía provas sobre casos de manipulação no futebol brasileiro.
Além disso, o STJD iniciará o julgamento de Textor na próxima sexta-feira, referente às declarações feitas pelo empresário após a derrota do Botafogo para o Palmeiras em 2023. Caso seja condenado, ele pode enfrentar multas e suspensão do futebol brasileiro. A investigação da CPI ocorre em um momento em que as apostas esportivas pela internet vêm se tornando um mercado lucrativo no país, suscitando preocupações sobre a integridade das competições e o aliciamento de jogadores e dirigentes. A regulamentação das apostas esportivas no Brasil, sancionada pelo presidente Lula no final de 2023, e a criação de uma secretaria para fiscalizar essas atividades evidenciam a relevância do tema e a necessidade de aprofundar a investigação da CPI.