Na sequência, na quarta-feira, 19, outros dois importantes representantes do sistema de segurança foram convocados a depor: Antônio Glautter de Azevedo Morais, diretor de Inteligência Penal da Secretaria Nacional de Políticas Penais, e o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que há anos investiga as ações do Primeiro Comando da Capital (PCC). A escolha desses depoentes demonstra a seriedade com que a CPI busca compreender a complexidade da criminalidade organizada.
A CPI foi instalada em um contexto delicado, após uma operação policial no Rio de Janeiro que resultou na morte de 121 pessoas, gerando uma onda de repercussão nacional. Esse cenário exigiu um acompanhamento atento das ações da Câmara dos Deputados, que se prepara para votar um projeto de lei conhecido como PL Antifacção. No entanto, essa proposta enfrenta resistências tanto na base governamental quanto na oposição.
Em entrevista, o relator da CPI, senador Alessandro Vieira, do MDB de Sergipe, destacou que a missão do colegiado é elaborar um diagnóstico abrangente sobre as atividades das facções e milícias no Brasil. Esse trabalho, acredita Vieira, será fundamental para a adoção de políticas de segurança mais eficazes. “Nossa meta é identificar quais soluções são realmente eficazes e quais se mostraram ineficazes ao longo do tempo”, afirmou.
A presidência da CPI está a cargo do senador Fabiano Contarato, do PT do Espírito Santo. Em sua posição, Contarato enfatizou a importância de evitar que a Comissão seja utilizada como um palanque político-eleitoral. Para ele, o foco deve estar em fornecer respostas concretas à população, mantendo a segurança pública como um direito fundamental e um dever do Estado. Contarato reafirmou o compromisso da CPI em produzir resultados significativos no combate ao crime organizado, longe de prejuízos políticos.









