Antunes, considerado uma figura central na investigação de descontos indevidos em benefícios previdenciários, está preso preventivamente desde o dia 12 de setembro. Em uma manifestação no Congresso Nacional, ele participou de uma audiência junto à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), onde seu depoimento ainda se desenrolava sem previsão de conclusão.
Durante a audiência, Antunes fez uma leitura preliminar, na qual reafirmou sua inocência e prometeu apresentar provas de que sua empresa atuou apenas na prestação de consultoria e assessoria. “Os serviços contratados tinham como destinatário final o próprio associado, beneficiário direto das atividades”, declarou. Ele salientou que irá fornecer à PF mais de 180 gigabytes de informações, representando cerca de 18 milhões de documentos.
O empresário defendeu que sua empresa sempre atuou na prestação de serviços às associações, e não na contratação ou recrutamento de associados. Segundo ele, qualquer irregularidade nos descontos deve ser atribuída às associações, que poderiam ter agido sem a devida autorização dos aposentados e pensionistas. Em suas declarações, Antunes criticou as narrativas que o cercam, chamando-as de “mentirosas” e com o intuito de deslegitimá-lo.
Ao final de sua apresentação, ele manifestou disposição para responder perguntas, desde que fossem feitas com respeito e dentro da ética, ao mesmo tempo em que se resguardou do direito de não fornecer informações que pudessem incriminá-lo. No entanto, ele se recusou a responder questionamentos do relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar, citando declarações prévias do parlamentar que o rotulavam como responsável pelo desvio de recursos dos aposentados.
O relator, por sua vez, utilizou sua fala para refutar alguns pontos levantados por Antunes e destacar que ele e seus diretores estariam diretamente envolvidos na criação de entidades que, segundo ele, teriam retirado valores significativos dos aposentados. O tom da audiência, marcada por intensos embates, sinaliza um conflito profundo sobre a responsabilidade por possíveis fraudadores no sistema de descontos associados.
A situação de Antunes e sua empresa continua a ser analisada, enquanto as investigações da PF avançam em busca de esclarecer a extensão do alegado esquema de fraudes que afeta uma parte vulnerável da população brasileira.