A origem da controvérsia remonta a abril do ano passado, quando Braga foi acusado de agredir Gabriel Costenaro, membro do Movimento Brasil Livre (MBL). Para que a cassação ou a medida alternativa da suspensão fosse aprovada, era necessário o apoio de pelo menos 257 deputados. Durante a primeira votação, a proposta de suspensão foi aprovada com o respaldo de 226 votos, enquanto 220 foram contra. Assim, muitos parlamentares favoráveis à cassação optaram por uma solução que resultasse em algum tipo de punição, ao invés de correr o risco de uma eventual absolvição.
A proposta de suspensão do mandato foi apresentada pelo deputado Lindbergh Farias, do PT do Rio de Janeiro, e conseguiu, surpreendentemente, apoio de representantes de diferentes partidos, como PSD e MDB. O deputado Hildo Rocha, do MDB do Maranhão, afirmou que, apesar de reconhecer que Glauber cometeu um erro ao violar o Código de Ética, a cassação seria uma reação desproporcional. Ele argumentou que o ato de agressão não justifica a perda do mandato.
A deputada Laura Carneiro, do PSD do Rio, que se posiciona contrária a Glauber, mesmo assim expressou compreensão em relação à sua reação, que aconteceu em um momento de grande tensão familiar, já que sua mãe estava hospitalizada na UTI. Outros deputados, como Fausto Pinato, defenderam que a punição deveria ser suficiente para reconhecer o erro sem sacrificar o cargo.
Em meio a esse debate, o relator da proposta, Paulo Magalhães, do PSD da Bahia, continuou a defender a cassação, destacando que o assunto já havia sido amplamente discutido na Comissão de Constituição e Justiça, além do Conselho de Ética.
Antes da votação, Glauber se mostrou emocionado e tomou a palavra para se defender, enfatizando que a sua reação foi uma tentativa de proteger a honra de sua mãe. Ele caracterizou a possibilidade de cassação como uma injustiça, alegando que sua atitude foi uma resposta a ofensas.
A tensão aumenta quando lembramos que, no dia anterior à votação, Glauber havia ocupado a cadeira da presidência da Câmara, sendo removido à força por agentes da Polícia Legislativa, em um ato de protesto contra a proposta de cassação, que envolvia outros casos controversos na Casa.
A decisão da Câmara representa uma nova fase no processo do deputado, que, conforme apontado por alguns colegas, ainda deve ser revisitada pelo Conselho de Ética no futuro.










