POLÍTICA – Câmara dos Deputados aprova urgência para anistia a golpistas de 8 de janeiro, gerando polêmica entre parlamentares e clamores por pacificação no país.

Na noite de quarta-feira, 17 de outubro, o plenário da Câmara dos Deputados decidiu, em uma votação marcante, aprovar um requerimento de urgência para o Projeto de Lei 2162/2023, que visa conceder anistia aos envolvidos nos atos de vandalismo e subversão registrados em 8 de janeiro de 2023. O resultado foi expressivo, com 311 votos a favor, 163 contra e sete abstenções. O clima no plenário refletiu a polarização em torno do tema: enquanto os apoiadores do projeto celebravam, os opositores protestavam em coro, gritando “sem anistia”.

A decisão de pautar a votação foi impulsionada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta, que se reuniu com líderes partidários antes da sessão. O projeto em questão responde a eventos que levaram à depredação das sedes dos Três Poderes por manifestantes que se opuseram à eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, no final de 2022. O requerimento de urgência tem o efeito de acelerar a tramitação da proposta, permitindo que esta seja votada diretamente em plenário sem passar pelas comissões, o que se espera que ocorra em breve.

Após a votação, Hugo Motta enfatizou a necessidade de pacificação no país, argumentando que o Brasil precisa avançar em busca de um diálogo construtivo. “Não se trata de apagar o passado, mas de permitir que o presente seja reconciliado e o futuro construído em bases de diálogo e respeito”, afirmou Motta, que também anunciou a escolha de um relator para o projeto, com a expectativa de que um texto substitutivo possa reunir um apoio abrangente entre os deputados.

O projeto de anistia é de autoria do deputado Marcelo Crivella e abrange os participantes das manifestações políticas ocorridas entre 30 de outubro de 2022 e a promulgação da nova lei. Os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro defendem que a anistia também se estenda a ele, que, recentemente, foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal a mais de 27 anos de prisão. A proposta provoca intensos debates entre os parlamentares e reflete a divisão política que ainda permeia o cenário nacional, em um momento em que a busca por um consenso se torna urgentemente necessária.

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