POLÍTICA – Câmara Aprova Lei que Aumenta Transparência e Reduz Benefícios Fiscais; Impostos para Apostas Online e Fintechs Também Serão Elevados

Na noite da última terça-feira, 16 de outubro, a Câmara dos Deputados selou um importante passo na legislação brasileira ao aprovar um projeto de lei que visa aumentar a transparência e a fiscalização de benefícios fiscais concedidos a diversos setores da economia. Entre outras medidas, o texto estabelece uma redução de 10% nas isenções fiscais aplicáveis a diferentes segmentos. Com a aprovação na Câmara, o projeto agora segue para apreciação no Senado.

A proposta abrange uma série de incentivos fiscais, incluindo aqueles relacionados ao Programa de Integração Social e ao Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep), bem como o Cofins e o IPI. Também estão inseridos na lista outros tributos, como o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), além do imposto de importação e das contribuições previdenciárias.

O relator da matéria, Aguinaldo Ribeiro, do Partido Progressista da Paraíba, expressou preocupações sobre a “concessão indiscriminada” de benefícios fiscais, que, segundo ele, prejudica o sistema tributário, tornando-o desigual e ineficiente. Ribeiro argumenta que, embora não haja resistência a políticas que estimulem setores estratégicos, a utilização de isenções fiscais frequentemente resulta em gastos que não garantem um retorno social significativo, beneficiando apenas interesses privados.

Uma mudança importante trazida pelo projeto é a atribuição ao Poder Executivo de decidir sobre a redução dos benefícios, uma vez que essa questão influencia diretamente o orçamento nacional. Desta forma, a proposta inclui ajustes na concessão de isenções como as relacionadas ao Regime Especial da Indústria Química, crédito presumido de IPI para empresas exportadoras, e benefícios no setor agrícola, especialmente para agroquímicos e fertilizantes.

No entanto, o projeto também apresenta uma lista de setores que permanecerão isentos de possíveis cortes, como os produtos da cesta básica, as entidades filantrópicas, e benefícios associados a programas como o Minha Casa, Minha Vida e o Universidade para Todos.

Além disso, a proposta prevê um aumento significativo de tributos em áreas como apostas online e fintechs. O imposto sobre as chamadas “bets” aumentará de 12% para 15% ao longo dos próximos anos, enquanto as fintechs enfrentarão um aumento na CSLL, passando de 15% para até 20% até 2028. Essas alterações refletem um movimento mais amplo do governo em busca de aumentar a arrecadação e assegurar um sistema tributário mais justo.

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