No comunicado, o Itamaraty reiterou seu repúdio a qualquer interferência externa na soberania nacional, enfatizando que a proteção da liberdade de expressão está intrinsecamente ligada ao respeito às instituições democráticas e à vontade popular manifestada nas urnas. O governo brasileiro afirmou que os três Poderes da República não se deixarão intimidar por tentativas de coação, considerando que as forças antidemocráticas buscam instrumentalizar governos estrangeiros para minar as instituições nacionais.
Em resposta, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, destacou que a liberdade de expressão é uma prioridade para a administração americana. Leavitt também mencionou que, apesar de não haver novas medidas específicas a serem anunciadas, a liderança dos EUA não hesitaria em utilizar seu poderio econômico e militar para proteger essa liberdade globalmente.
No Brasil, o momento político é tenso. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou sobre o assunto durante um discurso em Manaus, referindo-se ao julgamento de Bolsonaro como uma situação crítica. Lula criticou a postura do ex-presidente e de sua família, que, segundo ele, estão buscando apoio internacional para deslegitimar o Brasil em no cenário global. O presidente expressou preocupação com a conjuntura, reforçando que as ações da família Bolsonaro, que envolvem tentativas de influenciar a política externa, são inaceitáveis.
A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffman, corroborou as críticas ao governo americano, denunciando o que considera uma conspiração da família Bolsonaro contra o Brasil. Em uma postagem nas redes sociais, ela expressou indignação com as alegações de intervenção norte-americana, afirmando que já não bastam as tarifas prejudiciais às exportações brasileiras e as sanções a ministros do STF. Para Hoffman, as ameaças de medidas mais drásticas são inaceitáveis.
Enquanto isso, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) continua o julgamento de Jair Bolsonaro e dos outros réus. O relator da ação, Alexandre de Moraes, e o ministro Flávio Dino já votaram pela condenação, e a decisão ainda aguarda os votos dos demais ministros. A sessão foi suspensa e será retomada na manhã seguinte, mantendo a expectativa de um desdobramento significativo em um momento já repleto de tensões políticas e sociais no país.