POLÍTICA – Brasil assume presidência do Conselho de Segurança da ONU com foco na prevenção e resolução de conflitos

O Brasil assumiu a presidência do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) nesse domingo, 1º de outubro, por um período de um mês. Durante esse período, o país vai defender a importância das instituições bilaterais, regionais e multilaterais na prevenção, resolução e mediação de conflitos. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, presidirá uma audiência sobre essa questão no dia 20 de outubro.

O secretário de Assuntos Multilaterais e Políticos do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Carlos Márcio Cozendey, explicou que o objetivo é ampliar o tratamento dos instrumentos que as Nações Unidas, os países e as organizações regionais têm para prevenir conflitos, em vez de tratar apenas das consequências após sua ocorrência. Ele citou como exemplo o tratado de Tlatelolco, assinado pelos países da América Latina e Caribe em 1967 para garantir a não proliferação de armas nucleares na região.

Durante a presidência brasileira do Conselho de Segurança, outros temas também serão abordados, como a possível missão de apoio às forças de segurança do Haiti, a manutenção da missão da ONU que supervisiona as negociações de paz na Colômbia e questões relacionadas à guerra entre Ucrânia e Rússia.

O Conselho de Segurança da ONU foi instituído após a Segunda Guerra Mundial, em 1948, com o objetivo de zelar pela paz e segurança internacionais. O conselho é formado por cinco membros permanentes – China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia – e um grupo de 10 membros não permanentes com mandatos de dois anos. Atualmente, ocupam as vagas rotativas Brasil, Albânia, Equador, Emirados Árabes, Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique e Suíça. É a segunda vez no atual biênio que o Brasil assume a presidência do órgão.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem defendido a reforma das instituições de governança global e reivindicado um assento permanente para o Brasil no Conselho de Segurança. Ele argumenta que entidades internacionais mais representativas podem impor punições aos países que não cumprirem seus compromissos em questões climáticas e combater as desigualdades no mundo.

Durante a presidência brasileira do Conselho de Segurança, o ministro Mauro Vieira presidirá diversos eventos, incluindo uma audiência sobre o papel das mulheres na paz e segurança, um debate aberto sobre o Oriente Médio e o diálogo anual entre o Conselho de Segurança da ONU e o Conselho de Paz e Segurança da União Africana. O objetivo desses encontros é discutir diferentes questões de relevância global e regional.

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