O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, planejou a votação do projeto para esta quarta-feira, 12, o que intensificou o clima de tensão. A proposta anterior, a própria PEC da Blindagem, já enfrentou rejeição, sendo aprovada na Câmara, mas arquivada no Senado. A crítica de Boulos é contundente, pois ele destaca a possibilidade de proteção ao crime organizado, sugerindo que a proposta dificulta o trabalho da Polícia Federal nas investigações. “Parece que ele está protegendo alguém, como se estivesse passando pano para ações ilícitas”, afirmou o ministro.
As declarações de Boulos seguem a onda de críticas de outros membros do governo Lula, como os ministros Fernando Haddad, Gleisi Hoffmann e Ricardo Lewandowski, que também expressaram preocupação em relação ao impacto do relatório de Derrite sobre o combate ao crime organizado. Desde a sua origem no Executivo, o projeto tem gerado polêmica, especialmente por envolver a atuação da Polícia Federal e por condicionar investigações conjuntas a solicitações formais dos governadores.
Derrite, que recentemente deixou o cargo de secretário de Segurança Pública de São Paulo, se defendeu em uma coletiva de imprensa, afirmando que sua proposta não limita as competências da Polícia Federal, refutando a ideia de que a colaboração entre órgãos de segurança exigiria a aprovação dos governadores. No entanto, as críticas persistiram, com Boulos afirmando que a ação do deputado contaminava o discurso sobre segurança pública com interesses eleitorais do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
Além do debate sobre o projeto de lei, Boulos participou das discussões na COP30, que ocorre em Belém, onde ressaltou a importância da participação popular nos debates sobre questões ambientais. O ministro destacou a presença vibrante de movimentos sociais, indígenas e jovens, afirmando que essa mobilização é fundamental para garantir que as decisões tomadas durante a conferência tenham continuidade e efetividade. “O povo organizado terá um papel crucial no acompanhamento e na cobrança das metas acordadas”, finalizou.
