A convocação de Cohen foi proposta por parlamentares de diversos partidos, incluindo o relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), além dos senadores Fabiano Contarato (PT-ES) e Rogério Marinho (PL-RN). Cohen começou a sua investigação em 2021, após ser abordado por um gestor de uma das muitas entidades autorizadas pelo INSS a descontar mensalidades diretamente na folha de pagamento dos beneficiários. A partir desse contato, Cohen se aprofundou na análise dos dados e entrou em ação, montando um arcabouço de provas documentais que evidenciam a utilização inadequada de dados pessoais dos aposentados.
O senador Contarato enfatizou a importância do depoimento de Cohen, salientando que o advogado acumulou uma série de evidências, incluindo comunicações empresariais e registros internos. Essas provas apontam para uma organização que se aproveitou da vulnerabilidade dos aposentados, utilizando dados sensíveis obtidos através do sistema do INSS. Já o deputado Gaspar chegou a categorizar essas fraudes como um problema endêmico, e não meras irregularidades isoladas.
A CPMI, criada em agosto, possui um prazo de 180 dias para investigar as práticas fraudulentas que resultaram em danos significativos a aposentados e pensionistas. O plano de trabalho inclui o mapeamento do funcionamento desse esquema, identificação dos responsáveis e a quantificação dos danos. Além disso, um dos objetivos da comissão é propor medidas de reparação e assegurar a restituição dos valores desapropriados indevidamente.
Com a audiência de um especialista como Eli Cohen, a CPMI espera avançar na busca por respostas e soluções para um problema que afeta diretamente a vida de muitos brasileiros, trazendo à luz a gravidade da situação e o impacto das fraudes no sistema previdenciário.