POLÍTICA – Advogado de Bolsonaro afirma ter adquirido um Rolex com seus próprios recursos, além de ter prestado um “favor” à União.



O advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Frederick Wassef, admitiu ter usado recursos próprios para comprar um relógio de luxo da marca Rolex nos Estados Unidos. Durante uma entrevista coletiva realizada nesta terça-feira (15), Wassef afirmou que estava no país e soube da disponibilidade do relógio, então decidiu adquiri-lo para devolvê-lo como presente ao governo federal. Além disso, ele negou ter sido designado para recuperar o relógio que havia sido vendido ilegalmente no Brasil.

O relógio em questão foi presenteado por autoridades sauditas ao então presidente Jair Bolsonaro durante uma viagem oficial à Arábia Saudita e ao Catar em 2019. Posteriormente, o item foi levado para os Estados Unidos, onde Bolsonaro viajou pouco antes de deixar a Presidência, e acabou sendo vendido ilegalmente pelo então ajudante de ordens Mauro Cid, de acordo com a Polícia Federal (PF). O relógio faz parte de um conjunto de objetos de alto valor que foram apreendidos em uma operação da PF em agosto do ano passado.

De acordo com as determinações legais, qualquer objeto de valor alto que seja presenteado a uma autoridade do governo é considerado patrimônio da União e não pode ser vendido. Diante disso, o Tribunal de Contas da União (TCU) deu um prazo de cinco dias úteis para que o relógio e os demais itens do mesmo conjunto fossem entregues ao governo, a contar a partir de 15 de março.

Durante a entrevista coletiva, Wassef levantou dúvidas em relação à autenticidade do relógio, questionando se realmente se tratava do mesmo presenteado aos sauditas. Ele também afirmou que a compra não foi ilegal, uma vez que foi realizada com dinheiro próprio proveniente de seu banco e durante uma viagem aos Estados Unidos para resolver questões pessoais.

“Eu comprei o relógio. A decisão foi minha, não fiz a pedido de Bolsonaro nem de Mauro Cid e não foi uma recompra, porque eu nunca vi esse relógio antes. Eu fiz um favor para o governo brasileiro que me deve R$ 300 mil. E fiz o relógio chegar ao governo”, declarou Wassef.

O advogado também explicou que optou por pagar em dinheiro vivo porque, de acordo com a legislação americana, dessa forma fica mais fácil registrar o nome do comprador e obter descontos. Além disso, Wassef apresentou um recibo de compra em seu nome, no valor de US$ 49 mil, e ressaltou ter “economizado” dinheiro para o governo, uma vez que o relógio teria um valor muito maior.

Quanto ao retorno do relógio ao país, Wassef afirmou que não poderia fornecer mais detalhes sobre isso e que essa informação seria relatada durante seu depoimento espontâneo à Polícia Federal.

No entanto, antes de admitir ter comprado o relógio em dinheiro vivo para devolvê-lo à União, Wassef negou ter conhecimento sobre as joias presenteadas ao governo Bolsonaro. Em uma nota anterior, ele afirmou estar sendo alvo de uma campanha de fake news e mentiras de todos os tipos, além de receber informações contraditórias e fora de contexto.

“Fui acusado falsamente de ter um papel central em um suposto esquema de vendas de joias. Isso é calúnia e mentira. Total fabricação. A primeira vez que tomei conhecimento da existência das joias foi no início deste ano, por meio da imprensa, quando liguei para Jair Bolsonaro e ele me autorizou, como seu advogado, a dar entrevistas e emitir uma nota para a imprensa”, dizia a nota do advogado.

Na mesma nota, Wassef também afirmou que jamais soube da existência das joias ou de qualquer outro presente recebido. Ele negou ter vendido, oferecido ou possuído qualquer uma das peças. Além disso, o advogado se declarou ofendido por ter sido alvo de uma visita da Polícia Federal em sua residência em São Paulo. Segundo ele, a PF não encontrou nada irregular ou ilegal em sua casa, e nenhum objeto, joia ou dinheiro foi apreendido. Wassef afirmou que foi exposto na mídia com graves mentiras e calúnias.

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