POLÍTICA – A sessão da CPMI prevista para o dia 8 de janeiro foi cancelada por falta de acordo entre os membros.

Na manhã desta terça-feira (22), os deputados federais e senadores da comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro não chegaram a um acordo para definir os requerimentos que seriam votados na comissão. Diante disso, o presidente da CPMI, o deputado federal Arthur Maia (União-BA), cancelou a sessão deliberativa que estava prevista para o dia.

Durante toda a manhã, os membros da comissão estiveram reunidos tentando fechar um acordo. Entretanto, como o presidente não publica a pauta com antecedência, a votação dos requerimentos só pode ocorrer por unanimidade. Isso significa que mesmo sendo maioria, os integrantes da base governista precisam negociar com a oposição. A falta de acordo desta vez foi justificada por Maia, que afirmou que a credibilidade da CPMI se comprometeria caso os requerimentos fossem votados apenas de um lado.

O deputado baiano também explicou que, se necessário, ele poderá convocar uma sessão deliberativa antes ou depois do depoimento marcado para quinta-feira (24). Somente através de sessões deliberativas é possível aprovar novas medidas da CPMI.

Dentre os requerimentos que os parlamentares governistas têm como objetivo aprovar estão a reconvocação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e a quebra dos sigilos telefônico e telemático do ex-presidente Jair Bolsonaro, da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e do ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, entre outros.

Além disso, a Comissão marcou para quinta-feira (24) o depoimento do sargento do Exército Luís Marcos dos Reis, acusado de ter movimentado R$3,3 milhões de acordo com informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O requerimento do deputado federal Rogério Correia (PT-MG) foi aprovado pela Comissão e cita matérias da imprensa como justificativa, alegando que tais documentos comprovariam a tentativa de golpe de estado ocorrida, de acordo com mensagens trocadas entre o coronel Mauro Cid e o sargento Luís Marcos dos Reis.

A CPMI também agendou os depoimentos do ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Fábio Augusto, para a próxima terça-feira (29), e do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, para a próxima quinta-feira (31).

É importante ressaltar que todas as informações acima foram apuradas pela reportagem e que a matéria foi atualizada às 15h38.

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