O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao abrir o evento, fez um retrospecto das conquistas alcançadas desde 2003, data em que a Secretaria de Políticas para as Mulheres foi criada, diretamente vinculada à Presidência da República. Ele destacou a importância da recente aprovação da Lei da Igualdade Salarial e do programa de Dignidade Menstrual, enfatizando que essas ações são fundamentais para promover a equidade de gênero.
Lula também não deixou de mencionar o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, que, segundo ele, representou um retrocesso para as mulheres brasileiras. Ele enfatizou que a tentativa de silenciar Dilma visava, na verdade, calar milhões de vozes femininas, revelando o temor que o autoritarismo nutre em relação à participação mulher.
A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, reforçou a luta das mulheres ao longo dos últimos anos, ressaltando que, apesar da resistência a retrocessos, o país se reafirma neste encontro como um espaço de afirmação feminina. “Nada pode deter a presença organizada das mulheres”, afirmou.
Em um pronunciamento por videoconferência, Dilma Rousseff recordou que a abertura da 4ª CNPM foi seu último compromisso oficial antes do impeachment em 2016. Seu retorno ao evento quase dez anos depois carrega um simbolismo ainda mais forte diante dos desafios enfrentados. A ex-presidente sublinhou a necessidade de plena participação feminina em todas as esferas da sociedade, afirmando que a igualdade de gênero é essencial para um Brasil justo e soberano.
Dilma ressaltou a importância de políticas coletivas para combater desigualdades, machismo e outras formas de opressão. Ela também celebrava as mobilizações em torno da conferência, lembrando que as conquistas são frutos de lutas somadas ao longo do tempo.
Representantes de movimentos sociais, como a Marcha das Mulheres Indígenas, e do Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres (CNDM), reforçaram que a realização da conferência é resultado de esforços democráticos que envolvem conferências livres realizadas em todo o país.
A 5ª CNPM ocorrerá até a próxima quarta-feira (1º de outubro), prometendo ser um espaço fértil para a construção de políticas públicas que enriquecerão a vida das mulheres brasileiras, reafirmando que a luta por igualdade e justiça continuam em pauta.