Dentre os acusados estão o atual comandante-geral da PM-DF, coronel Klepter Rosa Gonçalves, o ex-comandante coronel Fábio Augusto Vieira e outros cinco oficiais que estavam à frente da corporação durante os atos antidemocráticos. Segundo a PGR, eles são acusados de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e dano qualificado contra o patrimônio da União.
A investigação revelou que os policiais militares começaram a trocar mensagens com teor golpista e a disseminar informações falsas antes do segundo turno das eleições presidenciais do ano passado. Além disso, foi verificado que integrantes da PM acompanhavam as movimentações no acampamento golpista instalado próximo ao Quartel General do Exército, em Brasília, e teriam infiltrado agentes de inteligência entre os manifestantes.
De acordo com o procurador Carlos Frederico, a cúpula da corporação tinha conhecimento prévio da magnitude e gravidade dos atos antidemocráticos planejados para 8 de janeiro. A denúncia também aponta que as trocas de mensagens entre os militares contradizem os depoimentos prestados por eles, demonstrando que não houve falha no sistema de inteligência do Distrito Federal.
A Procuradoria-Geral da República afirmou que já foram identificadas e reunidas provas que comprovam a omissão dos envolvidos. Além disso, destacou a existência de mensagens com teor golpista trocadas durante as eleições de 2022 e mencionou a “contaminação ideológica” por parte de alguns oficiais, que aderiram a teorias conspiratórias sobre fraudes eleitorais e teorias golpistas.
Em comunicado oficial, a PGR informou ainda que há indícios de que os agentes, que ocupavam cargos de comando na corporação, receberam informações de inteligência que indicavam as intenções golpistas do movimento e o iminente risco de invasão às sedes dos Três Poderes antes de 8 de janeiro deste ano.
A operação deflagrada pela Polícia Federal visa combater a impunidade e garantir o cumprimento da lei, buscando responsabilizar os oficiais da alta cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal pelas acusações de omissão durante os atos golpistas. As investigações continuam para esclarecer todos os fatos relacionados ao caso.