O julgamento, que começou na tarde de 8 de novembro e se estendeu por mais de 12 horas, culminou na madrugada do dia seguinte. A decisão do júri, composto por cinco homens e duas mulheres, foi baseada na conclusão de que o policial não teve a intenção de matar ao efetuar o disparo. Presidido pelo juiz Cariel Patriota, o tribunal ouviu diversas testemunhas, incluindo policiais que atuaram ao lado de Soares no momento do incidente, bem como a mãe da vítima e um motorista que estava presente.
Durante o processo, os policiais de defesa alegaram que estavam reagindo a uma suposta troca de tiros com criminosos que estavam em uma motocicleta. No entanto, essa versão foi fortemente contestada pelas testemunhas de acusação, que afirmaram não ter havido confronto, e a investigação da Polícia Civil corroborou essa afirmação, apontando que não havia outros armados além dos policiais no local. A conclusão da investigação sugere que dois homens que transportavam esquadria de alumínio foram indevidamente confundidos com bandidos.
A decisão do júri gerou um clamor público e críticas, especialmente da família de Ágatha. O avô da menina expressou sua indignação ao deixar o tribunal, ressaltando a dor da perda e ressaltando a necessidade de justiça. A absolvição do policial levantou questões sobre a abordagem da segurança pública nas comunidades, especialmente a prática de operações policiais em áreas vulneráveis, e gerou um intenso debate sobre a responsabilidade dos agentes de segurança e as vidas que são impactadas por suas ações.