Policial absolvido da morte de Ágatha Félix gera revolta da família e da comunidade do Complexo do Alemão.

No último sábado (9), o policial militar Rodrigo José de Matos Soares foi absolvido pelo 1º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, no caso que envolve a morte da menina Ágatha Félix, de apenas 8 anos, em setembro de 2019. O julgamento teve início na tarde da sexta-feira (8) e se estendeu por mais de 12 horas, encerrando na madrugada do sábado. O júri foi composto por cinco homens e duas mulheres, escolhidos por sorteio, e presidido pelo juiz Cariel Patriota.

Durante o julgamento, foram ouvidas testemunhas de defesa, incluindo cinco policiais militares, e testemunhas de acusação, como a mãe da menina, Vanessa Francisco Sales, Moisés Atanazio Adriano (motorista da kombi envolvida) e dois peritos da Polícia Civil. Os policiais presentes na ação reafirmaram que reagiram a uma dupla que passou atirando em uma moto, versão que foi contestada pelas testemunhas de acusação.

A decisão do júri de absolver Soares foi baseada na compreensão de que ele não teve intenção de matar ao realizar o disparo com fuzil. No entanto, ao sair do tribunal, o avô da menina criticou a decisão, ressaltando a importância do respeito e segurança nas comunidades.

O caso que culminou na morte de Ágatha Felix ocorreu quando ela retornava para casa com a mãe em uma kombi na comunidade da Fazendinha, no Complexo do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro. O policial alegou ter disparado contra uma dupla em uma motocicleta, mas o tiro ricocheteou, atingindo a kombi e a criança.

Após investigação, ficou constatado que não houve confronto na cena do crime, e que dois homens inocentes foram confundidos com bandidos e baleados. O desfecho do julgamento gerou polêmica e indignação, ressaltando a importância da segurança e do respeito nos procedimentos policiais.

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