Como parte da ação, os agentes cumpriram cinco mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão temporária, além de três ordens judiciais que resultaram no afastamento de policiais civis lotados no Departamento Especializado em Narcóticos (Denarc). As investigações iniciaram-se após a prisão de um dos principais líderes do tráfico na capital capixaba, Vitória, em fevereiro de 2024. Durante as apurações, foram descobertos indícios significativos que sugerem um conluio entre o criminoso e agentes da polícia civil.
Os levantamentos feitos pela PF indicam que parte das substâncias apreendidas em operações oficiais estava sendo desviada por policiais civis. Em muitos casos, essas drogas não eram registradas nos boletins de ocorrência e acabavam sendo repassadas a intermediários ligados às organizações criminosas, comprometendo a eficácia da repressão ao tráfico.
Os investigadores também revelaram que o grupo estava utilizando a estrutura do Denarc para encobrir os desvios, o que não apenas beneficiava as facções locais, mas também minava a própria integridade do sistema de combate ao tráfico. Os policiais civis envolvidos enfrentarão acusações de tráfico de drogas, associação para o tráfico e organização criminosa. Além disso, suas condutas podem ser qualificadas como peculato e corrupção passiva. Por sua vez, os traficantes poderão ser responsabilizados por corrupção ativa.
Essa operação levanta questões sérias sobre a integridade das instituições responsáveis pela segurança pública e a necessidade de uma revisão profunda nas práticas de combate ao crime organizado no estado. O desvendamento dessa trama criminosa evidencia um desafio contínuo na luta contra a corrupção e a criminalidade, reforçando a importância de ações coordenadas entre diferentes instituições para restaurar a confiança no sistema de justiça e na polícia.
