POLÍCIA! Homem Que Evitou Roubo Apanha Suspeito e Pode Responder por Lesão Corporal, Diz Delegada



Na última semana, um incidente no bairro do Poço, em Maceió, chamou atenção quando um homem quase teve sua motocicleta roubada. No entanto, a situação tomou um rumo inesperado e, agora, o proprietário do veículo pode acabar respondendo pelo crime de lesão corporal contra o suposto criminoso. O caso gerou repercussão e levanta questões sobre a linha tênue entre a legítima defesa e a justiça com as próprias mãos.

A delegada Luci Mônica esclareceu que, durante a audiência de custódia, o suspeito de roubo, que havia pulado em um trecho de esgoto no riacho do Sapo e recebido pedradas, alegou ter sido agredido pelo dono da motocicleta e outros populares antes da chegada da polícia. A juíza encarregada do caso ordenou a abertura de um inquérito policial para identificar e investigar os autores das agressões, um trabalho que já começou, segundo a delegada.

Nesta terça-feira (20), foi confirmado que o proprietário da motocicleta foi identificado e chamado a prestar depoimento. De acordo com Luci Mônica, tanto ele quanto qualquer outra pessoa envolvida na tentativa de justiça popular podem enfrentar acusações. “As imagens serão analisadas e depoimentos serão tomados para se determinar como os fatos se deram”, afirmou a delegada.

A delegada enfatizou que o comportamento de retaliar crimes com violência é inaceitável e destacou a importância de acionar as autoridades competentes para resolver essas situações. “Não é a forma correta de agir. Você combater o crime cometendo outro delito. Para isto existem as polícias. Chamem as polícias. Telefonem. Existe o disque denúncia, temos o 190”, orientou. “O Estado tem os mecanismos para que as pessoas hajam quando são vítimas de um crime que obviamente não é sair batendo no autor. E é justamente por conta disso, para evitar o justiçamento, que a Justiça nos autorizou a fazer a investigação”, concluiu.

Outro ponto de controvérsia no caso é a discordância entre as versões dos envolvidos. A ocorrência foi inicialmente registrada como roubo com porte de arma branca, mas o suspeito alega que pretendia apenas furtar o veículo. Este detalhe também será alvo do inquérito, que está previsto para ser concluído em até 30 dias.

Luci Mônica, com 22 anos de experiência na polícia e passagem por diversas delegacias, manifestou sua surpresa com a complexidade do caso. “Eu não me recordo de ter pego um caso como esse. Mas estamos aqui para cumprir o que a lei e a justiça determinam, e nosso papel na polícia judiciária é esse”, desabafou.

Este incidente serve como um lembrete das complexidades envolvidas em atuar como justiceiro, ressaltando a necessidade de confiar nas autoridades para a aplicação da lei, sob pena de enfrentar consequências legais.

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