Polícia Federal Investiga Fraudes de R$ 100 Milhões no INSS em Nova Fase da Operação Sem Desconto com Mandados em Presidente Prudente

Na tarde desta quarta-feira, dia 14, a Polícia Federal (PF) deu início a uma nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema de fraudes envolvendo descontos destinados a aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). Esta ação foi desencadeada com a autorização da 10.ª Vara Federal do Distrito Federal e incluiu a realização de dois mandados de busca e apreensão na cidade de Presidente Prudente, em São Paulo.

O foco da investigação gira em torno de Cícero Marcelino de Souza Santos, suposto operador financeiro da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), que se alega ter desviado mais de R$ 100 milhões do INSS. Cícero é acusado de utilizar esses fundos fraudulentos para adquirir veículos de luxo. Além dele, sua esposa, Ingrid Pikinskeni Morais Santos, também é citada como alvo da operação.

A investigação revelou que Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Conafer, transferiu mais de R$ 800 mil a Cícero e Ingrid através de empresas associadas ao casal. Intrigantemente, uma parte desses recursos foi repassada de volta ao presidente da confederação, levantando suspeitas sobre a natureza das transações.

Segundo a Polícia Federal, o fluxo irregular de dinheiro sugere um possível esquema de lavagem de dinheiro, no qual os valores recebidos estariam sendo redirecionados para esconder sua verdadeira origem. A PF também destacou que as conexões de Cícero com associações de aposentados e as movimentações financeiras de grandes quantias reforçam as suspeitas de irregularidades.

Um relatório da PF menciona Cícero como um elemento crucial na estrutura criminosa, observando que ele “não apenas recebia valores significativos, mas também transacionava com indivíduos sob investigação.” Entre as transações suspeitas está uma ligação com José Laudenor da Silva, um auxiliar administrativo registrado como sócio de um ex-ministro do Trabalho e Previdência, o que instiga ainda mais a desconfiança, dado seu salário de apenas R$ 1.500 mensais.

Com a primeira fase da Operação Sem Desconto, a PF havia realizado buscas em 211 locais em 13 estados e no Distrito Federal, resultando na prisão temporária de seis indivíduos. Apesar das tentativas de contato com as defesas dos envolvidos para obter esclarecimentos, não houve resposta até o fechamento desta matéria. O espaço permanece aberto para manifestações.

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