Os investigadores monitoraram, de forma sigilosa, movimentações financeiras suspeitas em 2024, onde grandes saques de dinheiro foram realizados por sócios de empresas contratadas por entes públicos. O objetivo era identificar possíveis pagamentos de propina a funcionários públicos. A operação se intensificou após uma denúncia sobre um dos envolvidos, Jacélio Faria da Igreja, que estava prestes a realizar um saque de R$ 450 mil, supostamente destinado a vantagens indevidas.
Nos dias seguintes, os policiais seguiram indivíduos associados a empresas como Líder Engenharia e Max Empreendimentos, observando encontros e movimentações que levantaram suspeitas sobre a natureza das transações. O primeiro registro significativo ocorreu em março, quando um veículo de Alex Jordano da Cunha foi detectado na sede de um órgão previamente relacionado aos contratos da Líder Engenharia. A investigação subsequente trouxe à tona uma série de saques e encontros entre os envolvidos, gerando um padrão que sugeria uma estrutura organizada de pagamentos ilegais.
Entre as práticas observadas estão o seguimento de saques em dinheiro, o transporte de quantias em bolsas, além de reuniões entre empresários e servidores públicos em locais como agências bancárias e restaurantes. Esses encontros, frequentemente seguidos de movimentações financeiras em espécie, despertaram novas questões sobre a corrupção sistemática envolvida.
Em continuidade à operação, a PF também executou mandados de busca e apreensão, bloqueando ativos e afastando servidores públicos. O modus operandi revelado pela investigação indica que fraudes licitatórias e a realização de contratos fraudulentos foram recorrentes, implicando diversas empresas e funcionários públicos. As ações da PF, em colaboração com a Controladoria-Geral da União, visam desmantelar essa organização criminosa que parece estar profundamente enraizada em práticas corruptas no estado.
Ao longo de todo o processo, a defesa de Jacélio e outros acusados rejeitou as alegações de irregularidades, afirmando que seus clientes não tiveram qualquer envolvimento em atos ilícitos. O resultado das investigações ainda está em andamento, e a situação continua a se desdobrar à medida que novas revelações emergem. As várias frentes de ação da PF destacam a urgência de reformar estruturas administrativas para combater corrupção e desvio de verbas públicas no Brasil.