Os implicados poderão enfrentar graves sanções, incluindo acusações de exploração de matéria-prima da União sem a devida autorização, danos ao patrimônio público e crimes ambientais, todos com penas que podem variar entre multas severas e reclusão. Este desdobramento da investigação é um capítulo recente em um contexto que já se arrasta há anos, marcado por impactos severos na vida de milhares de pessoas em Maceió.
Desde 2019, mais de 60 mil habitantes foram forçados a deixar seus lares em decorrência do afundamento do solo causado pela extração de sal-gema em jazidas subterrâneas. Essa situação se agravou com a evacuação de pelo menos três bairros em 2020, levando ao comprometimento da estrutura de diversos imóveis devido a tremores de terra. Em julho, a Braskem foi condenada por um tribunal na Holanda a indenizar nove moradores cujas residências foram afetadas, embora o valor da indenização ainda não tenha sido definido e a empresa tenha a intenção de recorrer da decisão.
A companhia argumenta que as subsidiárias que operam nos Países Baixos não possuem ligação direta com os eventos em Alagoas. Além disso, a Braskem já compensou financeiramente mais de R$ 4 bilhões para vítimas dos danos causados pela mineração. A situação em Maceió levanta questões profundas sobre a responsabilidade corporativa e a proteção ambiental, enquanto a comunidade local luta para reconstruir suas vidas em meio a um cenário de incerteza e instabilidade.